François Villeroy de Galhau – o presidente do banco central francês – alertou que a soberania monetária da Europa enfrentará tempos difíceis se a UE não regulamentar as criptomoedas.
Sem uma ação precipitada, o papel internacional do euro estaria em perigo.
‘Europa deve estar pronta’
Na conferência financeira anual em Paris, o governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, afirmou que a União Europeia precisa construir uma estrutura regulatória em torno das criptomoedas para preservar seu domínio financeiro:
“Quer se trate de moedas digitais ou pagamentos, nós, na Europa, devemos estar prontos para agir o mais rápido necessário, ou correr o risco de uma erosão de nossa soberania monetária.”
O banqueiro, portanto, destacou que o desempenho internacional do euro também está ameaçado se a UE não intensificar as mudanças regulatórias.
Em sua opinião, a mudança deve ser implementada nos próximos meses, ou o continente “perderia o ímpeto”:
“Devo ressaltar aqui a urgência: não temos muito tempo, um ou dois anos.”
Além disso, vale a pena notar que não é a primeira vez que o governador exorta a União Europeia a supervisionar as criptomoedas.
No ano passado, ele afirmou que a moeda do banco central garante a estabilidade do sistema financeiro. Ativos como CBDCs e stablecoins representam riscos para essa perseverança e devem ser estritamente regulamentados.
Abordagem diferente da mesma história sobre criptomoedas
No início deste ano, o presidente da Autorité des Marchés Financiers ou AMF – Robert Ophèle – opinou que o estabelecimento de uma estrutura regulatória em torno dos ativos digitais poderia impulsionar o crescimento e o desenvolvimento de projetos inovadores.
O executivo da AMF disse que a rápida expansão do setor de criptomoedas esconde seus riscos. Além disso, a Europa deve implementar políticas de supervisão adequadas.
Por outro lado, Ophèle observou que medidas muito rígidas expulsariam as empresas baseadas em criptos da União Europeia. Em vez disso, ele propôs uma abordagem bastante diferente:
“No entanto, embora seja necessário estruturar o regulamento para produtos que não se qualifiquem como instrumentos financeiros, devo confessar que também apoio a outra proposta legislativa que abrange cripto-ativos que se qualificam como instrumentos financeiros.
A proposta de um regime piloto, o que poderia dispensar algumas disposições dos regulamentos existentes.”
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