Em meio ao desenvolvimento de CBDCs por diversos países, como China e Suécia, o executivo Yves Mersch, do conselho do Banco Central Europeu, disse que a maior barreira para o CBDC é filosófica e não tecnológica.
A declaração aconteceu nesta segunda-feira (11), durante uma sessão de perguntas e respostas organizada pelo Consensus: Distributed, conforme reportou o Cointelegraph.
Durante a sessão, Mersch ressaltou que o banco central europeu segue engajado com questões acerca da emissão de uma criptomoeda própria (CBDC) e está trabalhando em seu desenvolvimento.
A entidade bancária está perto de passar da fase analítica de explorar o CBDC para tomar decisões políticas relacionadas e iniciar testes nos próximos meses – algo que a China já está fazendo.
Em um discurso focado nas questões globais sobre a emissão de um CBDC, o executivo revelou que um dos projetos potenciais do CBDC em toda a zona euro exigiria que o banco central europeu lidasse com 300 milhões a 500 milhões de contas – atualmente, o banco opera com apenas 10 mil.
Contudo, para Marsch, a tecnologia não é um impedimento para a adoção de um CBDC, e sim que o problema é filosófico.
Em resposta ao apresentador Aaron Stanley, ele declarou:
“Estou surpreso que você, como fã de tecnologia, diria que não é possível fazer 300 milhões de contas bancárias com a tecnologia moderna. É uma enorme operação e desafio, sem dúvida. Mas, em teoria, não é uma restrição tecnológica, é uma restrição filosófica sobre como você administra sua sociedade.”
De fato, a maior crítica dos entusiastas de criptomoedas ao desenvolvimento de CBDCs é justamente a filosofia, já que o bitcoin, primeira criptomoeda emitida, surgiu justamente com o conceito de liberdade para a população, dos governos e das instituições bancárias.