O mercado de stablecoins lastreadas em dólares tem um potencial gigantesco. Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, essa modalidade de criptomoeda pode ultrapassar a marca de US$ 2 trilhões nos próximos três anos. Bessent fez essa afirmação em uma audiência no Senado na quarta-feira (11). Confirmando, assim, uma observação do Comitê de Apropriações do Senado.
A ‘Lei GENIUS’ e o poder das stablecoins
O comitê mencionou uma estimativa de que a Lei GENIUS, aprovada pelo Senado no mesmo dia, estenderia o mercado de stablecoins do dólar para US$ 2 trilhões até o final de 2028. Isso sinaliza uma era de ouro para as criptomoedas atreladas ao dólar. Dessa forma, impactando diretamente o cenário global de pagamentos e, indiretamente, o mercado de Bitcoin.
“Acredito que a legislação, apoiada por títulos do Tesouro americano, criará um mercado que expandirá o uso do dólar americano por meio dessas stablecoins em todo o mundo”, disse Bessent.
Ele acrescentou: “Acho que US$ 2 trilhões é um número bastante razoável, e posso imaginar que exceda em muito esse valor.”
No início do dia, o Senado votou pela aprovação do projeto de lei sobre stablecoins, aproximando-o da votação final. A Lei GENIUS, uma vez promulgada, exigirá que as stablecoins sejam totalmente lastreadas em dólares ou ativos com liquidez similar. A nova lei também exige auditorias anuais para emissores com capitalização de mercado superior a US$ 50 bilhões e inclui disposições sobre emissões estrangeiras.
O progresso no avanço da legislação sobre stablecoins recebeu apoio do presidente Donald Trump. Anteriormente, ele declarou em entrevista que quer assinar o projeto de lei antes de agosto. Bessent então reiterou a determinação do governo em fortalecer o status do dólar com as stablecoins:
“Na história do dólar americano como moeda de reserva, houve inúmeras passagens ao longo do caminho em que muitas pessoas presumiram que o dólar americano perderia o status de moeda de reserva, e sempre houve um novo mecanismo que consolidou isso.”
Cenário regulatório e a ascensão do dólar digital
As stablecoins vinculadas ao dólar possuem atualmente uma capitalização de mercado total de US$ 246 bilhões. Isso representa, portanto, mais de 96% de todo o mercado da modalidade de criptomoeda. Com o rápido progresso da Lei GENIUS, o espaço das stablecoins dos EUA viu inúmeros desenvolvimentos.
Grandes bancos, por exemplo, preparam-se para lançar sua própria stablecoin. A emissora de USDC, Circle, acaba de abrir seu capital, vendo suas ações subirem 235% no primeiro dia de negociação.
Nos Estados Unidos, outro projeto de lei que visa reformular a regulação das criptomoedas, o CLARITY Act, foi aprovado por dois comitês-chave da Câmara e agora segue para votação no plenário. Se aprovada, a Lei CLARITY formalizará a retirada de poderes de supervisão da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Ela estabelecerá a mais flexível Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) como principal reguladora da maioria dos ativos digitais.
Emissores de criptomoedas ainda poderão optar por se registrar na SEC caso queiram vender diretamente para investidores institucionais. Esse cenário regulatório em evolução fortalece a posição das stablecoins e abre novas portas para o ecossistema cripto em geral, incluindo o Bitcoin.