Em meio à piora na crise financeira enfrentada pela Argentina, com lockdowns para prevenir o agravamento na pandemia do novo coronavírus, o país registrou um novo recorde em negociações com Bitcoin (BTC).
O volume de negociações na Argentina quase dobrou em apenas uma semana, reportou o Cryptonomist.
Na semana passada, o comércio de Bitcoin na Argentina explodiu para um volume recorde de 101 milhões de pesos argentinos (cerca de R$7,6 milhões), valor muito superior à alta anterior de todos os tempos do volume semanal de BTC que, medido na moeda local, foi quase a metade, em 69 milhões.
Enquanto a economia do país se afunda cada vez mais, comerciantes na Argentina parecem estar buscando ativos de refúgio (ou pelo menos ativos relativamente mais seguros) para lidar com a situação — título que o Bitcoin têm conquistado no país, onde ganha cada vez mais espaço.
As políticas de Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina, levaram o país a manter o infame título de quase o “país mais miserável” do mundo – atrás apenas da Venezuela, que também está economicamente em maus lençóis.
Em adição, as políticas mais progressistas do recém-eleito Alberto Fernandez não parecem estar produzindo os resultados milagrosos que muitos no país esperavam.
Recorde absoluto para a Argentina?
A notícia foi compartilhada pela exchange LocalBitcoins, que disse se tratar de um “recorde absoluto” para o país. Contudo, conforme apontou o Decrypt, esse não é bem o caso.
O recorde se deu em termos fiduciários, mas em termos do número real de Bitcoins negociados, os 92 BTC movidos na semana passada, apesar de um aumento significativo semana a semana, não bate o recorde absoluto de 228 BTC alcançado em abril de 2016.
No entanto, a Argentina não havia chegado perto desses números desde então, pelo menos até a semana passada. Além disso, o volume de negociação de Bitcoin no país dobrou desde o final de junho.
Brasil e outros países também registraram altas
Outros picos notáveis ocorreram no Brasil, África do Sul, Tanzânia, Peru, Chile, Nigéria e Quênia.
Recentemente também houve picos no Japão, México e Egito.