O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, sugeriu que é receptivo à ideia de que as criptomoedas desempenhem um papel mais importante na economia Argentina, apesar de seu próprio ceticismo.
“Dizem que a vantagem é que o efeito inflacionário é amplamente anulado”, explicou.
A inflação é um dos temas mais sensíveis da política Argentina. Fernandez herdou a segunda economia mais “miserável” do mundo, de acordo com o Índice de Miséria Mundial, do ex-presidente e empresário Mauricio Macri.
De acordo com os dados do próprio governo sobre inflação, US$100 no início do mandato de Macri equivalem a US$661 hoje.
O país também impõe fortes controles cambiais, o que provocou um boom no mercado negro de moeda estrangeira. Ou seja, algo muito diferente da realidade salvadorenha, onde o dólar americano tem curso legal.
Bitcoin como primeira opção da Argentina?
Fernandez, no entanto, moderou seu interesse em criptomoedas como o Bitcoin como uma proteção em potencial contra a inflação com uma boa dose de cautela.
“É um debate global, e devo confessar que é um tema [que abordo com] cautela. No meu caso, há cautela pelo quão estranho é, e porque é difícil entender como essa fortuna se materializa.”, disse ele, referindo-se a como o valor do Bitcoin aumentou ao longo dos anos.
“Muita gente no mundo tem essas preocupações e é por isso que o projeto, ou o sistema, ainda não se expandiu [mais do que]. Mas é algo a se considerar”, disse o presidente.
Mas antes que os entusiastas do Bitcoin fiquem muito entusiasmados, as palavras do presidente argentino devemos lembrar às do banco central do país.
No início desta semana, o presidente do banco central da Argentina, Miguel Pesce, disse acreditar que o Bitcoin “não é um ativo financeiro [real] e não gera lucratividade [duradoura]”.