O preço do bitcoin (BTC) caiu abaixo do limite de US$ 57.000, influenciado por três fatores: Nvidia, PMI dos Estados Unidos e o “fantasma de setembro”.
Nvidia vs DoJ
Na última terça-feira (4), o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) enviou uma intimação à Nvidia, que já havia recebido questionários do órgão regulador. O DoJ está preocupado que a empresa esteja dificultando a troca para outros fornecedores e impondo penalidades a clientes que não utilizam exclusivamente seus chips de inteligência artificial.
Como resultado da forte correlação da fabricante de chips com o mercado de criptomoedas, o BTC não conseguiu sustentar seu preço acima de US$ 57.000 logo após as ações da Nvidia registrarem uma perda recorde de US$ 279 bilhões.
Economia nos EUA
Complicando ainda mais a situação do BTC, está o Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor manufatureiro dos EUA, que registrou 47,2 pontos, abaixo da expectativa do mercado, apontando para uma contração na atividade manufatureira.
E claro, o terror do investidor cripto: setembro. Conforme observado pela Bitfinex, este mês tem uma média de retorno para o BTC de -4,78%, com uma queda de pico a pico de 24,6%.
A volatilidade observada nesse período é atribuída ao término da calmaria no mercado durante o verão, quando os gestores de fundos retornam de férias e o volume de operações, impulsionado por humanos, aumenta.
Essa dinâmica pode ser ainda mais exacerbada caso o Federal Reserve (Fed) opte por cortar as taxas de juros. Segundo os especialistas da Bitfinex, essa redução poderia intensificar ainda mais a volatilidade do bitcoin, fazendo com que a criptomoeda sofra uma queda de até 20% em seu preço.
Markus Thielen, CEO da 10x Research, também compartilhou uma visão pessimista para o curto prazo do BTC. Ele apontou que, embora tenhamos visto recuperações quase em forma de V após quedas anteriores este ano, a estrutura e os fundamentos do mercado têm se mostrado cada vez mais frágeis, e a demanda em setembro por ativos digitais pode passar por um forte declínio.