Proibição de mineração de Bitcoin pode aumentar emissões de carbono globalmente, aponta estudo

Proibição de mineração de Bitcoin pode aumentar emissões de carbono globalmente, aponta estudo
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Exponential Science, em colaboração com o University College London, aponta que, ao desestimular a mineração de criptomoedas em locais com forte presença de energia renovável, como Canadá, Noruega e El Salvador, essa prática pode se transferir para países onde o consumo de combustíveis fósseis é dominante, como Cazaquistão, Rússia e China, o que resultaria na elevação das emissões globais de carbono, em vez de reduzi-las.

O trabalho, que ainda não foi revisado por pares, foca no impacto da mineração de criptomoedas em regiões onde a energia limpa é predominante. No modelo atual da rede Bitcoin, os mineradores consomem grandes quantidades de eletricidade para validar transações, processo que em muitas regiões ainda depende de fontes poluentes, como carvão e gás natural.

Assim, defensores ambientais em várias partes do mundo vêm propondo a restrição ou até proibição da mineração de Bitcoin como medida para reduzir o uso de combustíveis fósseis e as emissões de gases de efeito estufa.

O impacto das proibições

Entre os dados, o estudo destaca que uma proibição no Canadá – um dos maiores centros de mineração de Bitcoin e líder em energia renovável – poderia elevar as emissões globais em 5,6%, liberando mais 2,5 milhões de toneladas de CO₂ na atmosfera.

Em contrapartida, uma medida similar nos EUA teria um impacto menor, aumentando as emissões em 0,64% (287 mil toneladas). O impacto de uma proibição varia dentro do próprio país, sendo mais benéfico em estados altamente dependentes de combustíveis fósseis, como Kentucky e Geórgia, mas prejudicial em locais com maior oferta de energias limpas, como Nova York.

Além disso, uma proibição na União Europeia, que também usa uma grande parcela de energia renovável, poderia adicionar 523 mil toneladas de gases de efeito estufa ao meio ambiente, enquanto a interrupção das operações no Cazaquistão, onde as usinas a carvão dominam, reduziria as emissões globais em 7,6%, com uma queda de 3,4 milhões de toneladas de CO₂ anuais.

O estudo conclui que, em vez de banir a mineração, alternativas regulatórias seriam mais eficazes para conter os danos ambientais. Incentivar o uso de fontes renováveis em locais com altas emissões e oferecer benefícios fiscais para mineradores que optem por jurisdições de baixa emissão são medidas propostas.

Disclaimer
As informações contidas neste artigo são de caráter informativo e refletem a opinião do autor. Não constituem aconselhamento financeiro, jurídico ou de investimento. O mercado de criptomoedas é volátil e envolve riscos. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão.

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