Uma pesquisa da Genial/Quaest apontou que o pacote fiscal apresentado pelo governo federal não caiu bem entre economistas e investidores. Entre os consultados, 58% classificaram as medidas como insatisfatórias, enquanto 42% as consideraram pouco satisfatórias. Nenhum dos entrevistados avaliou as propostas como plenamente satisfatórias.
A percepção de fragilidade nas medidas teve impacto direto na estratégia de investimentos. Dois terços dos entrevistados, ou 67%, afirmaram que pretendem aumentar suas aplicações no exterior após a divulgação do pacote. Outros 30% falaram que irão manter suas posições, enquanto apenas 3% indicaram que vão reduzir os aportes em ativos internacionais.
O cenário também levantou dúvidas sobre o apetite por títulos brasileiros. Quase metade dos economistas ouvidos, 47%, declararam que pretendem suspender a compra desses papéis.
Detalhes do pacote fiscal
O anúncio oficial do plano fiscal foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em 27 de novembro. Entre as medidas apresentadas está a isenção de imposto de renda para contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil mensais, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Haddad, as propostas podem gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.
Apesar do discurso otimista, o pacote enfrentou críticas devido à percepção de que as medidas para corte de gastos são tímidas e de que a reforma da tabela do IR foi incluída de forma pouco estratégica.
Além disso, as propostas ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional, em um cenário de calendário apertado e pautas concorrentes.