O cofundador da FTX, Gary Wang, não foi condenado a cumprir pena de prisão após cooperar com as autoridades e prestar depoimentos no julgamento criminal de seu ex-chefe, Sam Bankman-Fried (SBF), de acordo com a Reuters.
Durante a audiência de sentença, um dos promotores destacou que Wang foi o “cooperador mais fácil” com o qual já haviam trabalhado, fornecendo informações importantes para o caso.
O juiz Lewis Kaplan, de Nova York, afirmou que nunca havia presenciado algo semelhante e elogiou a atitude de Wang, considerando que ele tomou a “decisão certa”.
Wang havia se declarado culpado em dezembro de 2022 por acusações relacionadas à fraude, após o colapso da FTX no mês anterior. A plataforma de criptomoedas enfrentou uma crise de liquidez e acabou entrando com um pedido de falência.
SBF, ex-CEO da FTX, foi sentenciado a 25 anos de prisão no final de março e ordenado a devolver até US$ 11 bilhões em perdas a investidores e credores, após ser condenado por sete acusações criminais.
O relacionamento de Wang e SBF
Wang e SBF se conheceram ainda no ensino médio, em um acampamento de matemática, e mantiveram uma amizade durante a faculdade no MIT.
Posteriormente, SBF convidou Wang para iniciar a empresa de negociação de criptomoedas Alameda Research. No entanto, ele não foi um dos cofundadores publicamente reconhecidos, nem ocupava uma posição de liderança.
Wang concentrou-se em escrever códigos de computador para auxiliar nas operações de negociação da Alameda.
Mais tarde, SBF propôs fundar a FTX com Wang, que assumiu o cargo de diretor de tecnologia.
Os promotores alegam que, embora ele tenha exercido seu papel técnico, foi Sam Bankman-Fried quem tomava as decisões finais, muitas vezes desconsiderando as objeções de Wang.
No julgamento de SBF, Wang testemunhou sobre os privilégios que seu ex-chefe concedeu secretamente às contas da Alameda Research na FTX.