Durante um evento da gestora de recursos global Hashdex, do qual o Criptonizando participou, o CEO Marcelo Sampaio e Samir Kerbage, sócio e diretor de engenharia da empresa, explicaram como pretendem trazer os investidores do mercado tradicional para o mercado de criptomoedas.
Com a proposta de servir como uma ponte entre os dois setores, a Hashdex mira em um público que já está envolvido de alguma forma no mercado de investimentos, explica o CEO.
Buscando acabar com o preconceito e a falta de informação sobre o mercado de criptomoedas, a gestora regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) oferece três fundos de investimentos no Brasil para que esses investidores tradicionais se abram para um portfólio diversificado, com uma parcela em criptoativos. São eles:
Discovery, Explorer e Voyager, com investimentos mínimos de R$ 500, R$ 10 mil e R$ 100 mil, respectivamente. Cada um conta com uma porcentagem de investimentos em criptomoedas, sendo que apenas o Voyager oferece investimento total nos ativos digitais, enquanto os outros são diversificados com produtos tradicionais.
O serviço que já era oferecido em plataformas como Órama e BTG Pactual, também está disponível na XP Investimentos desde dezembro do ano passado, sendo o primeiro fundo de investimentos composto por criptos a ser oferecido por esta última.
“A gente quer trazer para o cripto um dinheiro que antes ficaria só no mercado tradicional”, destacou Valerie Cadier Adem, sócia e chefe de marketing da Hashdex.
Por isso, a empresa fundada em 2018 por Marcelo Sampaio, Bruno Caratori e Thiago Costa, criou o Índice HDAI (Hashdex Digital Assets Index), composto por 13 criptoativos, para servir de referência – é como um Ibovespa das criptomoedas.
“Em vez de aplicar em um ou outro criptoativo, você compra cotas de fundos que investem, em maior ou menor proporção, em uma cesta de criptos, por meio do índice HDAI”, diz o site da Hashdex sobre a tecnologia que é listada na bolsa americana Nasdaq.
Os criptoativos listados no HDAI são escolhidos por especialistas que seguem critérios técnicos de elegibilidade, e é reconstituído e rebalanceado trimestralmente, sendo composto atualmente da seguinte maneira:
- Bitcoin: 75,7%;
- Ethereum: 8,7%;
- Ripple: 4,6%;
- Bitcoin Cash: 3,0%;
- Litecoin: 1,9%;
- EOS: 1,7%;
- Binance Coin: 1,3%;
- Stellar Lumens: 0,6%
- Tezos: 0,6%;
- TRON: 0,5%;
- Chainlink: 0,5%;
- NEO: 0,4%;
- Ethereum Classic: 0,4%
Ademais, Samir adiantou que em março as criptomoedas Dash e Bitcoin SV devem entrar na lista devido ao seu desempenho.
Durante o evento, o sócio e diretor de engenharia da Hashdex também explicou que a compra e venda dos criptoativos é feita por meio de mesas de operações de mercado de balcão (OTC, na sigla em inglês), e que as exchanges são usadas apenas eventualmente, mas acrescenta:
“Os ativos não podem permanecer por mais de 24 horas nessas plataformas. Não pode ter mais de 5% do fundo em exchange ou OTC.”
Para garantir a segurança no armazenamento, Marcelo, que começou a investir em Bitcoin ainda em 2011, ressalta que os criptoativos dos clientes são armazenados por custodiantes institucionais em cold storage (offline), impossibilitando assim o roubo por invasão hacker, por exemplo.
Dessa forma, nem a própria Hashdex toca nos criptoativos, realizando apenas a gestão deles, aponta o CEO da empresa localizada em São Paulo, Rio de Janeiro e Califórnia (EUA).