O grupo validador da rede Celo, Tango, apresentou uma proposta de uma stablecoin lastreada em Real, para contribuir para a inclusão financeira de brasileiros, conforme reportou o Portal do Bitcoin.
A nova moeda digital funcionaria na blockchain da Celo, aliança considerada rival da Libra, stablecoin idealizada pelo Facebook.
Entre os criadores da Tango há funcionários da Celo, que já possui uma moeda digital lastreada em dólar.
De acordo com o grupo, que é sediado na Argentina, o Brasil tem a maior população da América Latina e o maior número de pessoas desbancarizadas.
Os fatores são vistos como motivação para a escolha da stablecoin no Brasil e da moeda fiat nacional para o projeto.
“E é aqui que a Celo pode fazer a maior diferença. Por isso que a Tango está propondo lançar o Real brasileiro sobre a Celo como a próxima stablecoin, podendo ser simplesmente chamado de “cBRL”, defende o grupo.
A Celo Alliance for Prosperity, conta com uma blockchain própria, que é um fork da rede Ethereum.
Contudo, a cBRL ainda tem um longo caminho para se tornar uma stablecoin de fato. As stablecoins baseadas em real sofrem com a desconfiança do mercado brasileiro.
De acordo com a Tango, a desconfiança do mercado não significa ausência de demanda por esse ativo, tanto de empresas quanto de usuários.
Segundo Fernando Bresslau, que atua como Brazil Ecosystem Lead para a cLabs, startup por trás da Celo.
“Nós coletamos evidências de que corretoras (exchanges) locais estão ávidas por uma stablecoin local confiável. A transparência, neutralidade, auditabilidade e estabilidade do cBRL poderá possibilitar uma grande gama de casos de uso”, declara Fernando.
Contudo, Bresslau agora busca adesão de corretoras de criptomoedas no Brasil ao token da Celo.
Segundo o representante da cLabs, um dos diferenciais de uma futura cBRL seria o fato de já contar com todo o processo de auditoria da Celo, além do fato da stablecoin ser baseada em smart contracts.
Além de eliminar custos, esse dado confere mais segurança e confiabilidade à moeda do que projetos lastreados, por exemplo, em dinheiro guardado em bancos.
Fernando Bresslau também destaca o fato de que a nova stablecoin não tem uma exchanges específica como criadora, o que tornaria mais facilmente aceita pelo mercado como um todo.