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março 19, 2025 
5 min. 
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar a taxa Selic nesta quarta-feira (19), uma decisão que pode afetar o mercado financeiro como um todo. Entre os ativos que podem sentir esse impacto está o Bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo.
A relação entre a taxa de juros e o Bitcoin pode parecer distante, mas na prática, as decisões do Banco Central influenciam os investimentos, o valor do real e o apetite dos investidores por ativos de risco. Entenda como essa mudança pode impactar o mercado de criptomoedas e o que esperar nos próximos meses.
Bitcoin e taxa de juros: o que esperar da alta da Selic?
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia diretamente os juros cobrados por bancos em empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Quando a Selic sobe, os investimentos de renda fixa, como o Tesouro Direto (títulos emitidos pelo governo federal) e CDBs (Certificados de Depósito Bancário emitidos por bancos), passam a oferecer retornos mais altos e com menor risco.
Com isso, investidores podem se sentir menos inclinados a investir em ativos mais voláteis, como o Bitcoin. Volatilidade é um termo usado para descrever a variação brusca de preços de um ativo em curtos períodos. Como as criptomoedas costumam ter oscilações acentuadas, elas podem ser menos atraentes em momentos em que a renda fixa se torna mais lucrativa.
Além disso, a Selic afeta o câmbio. Quando os juros sobem, o real pode se valorizar em relação ao dólar, pois investidores estrangeiros buscam títulos brasileiros que agora oferecem melhores retornos. Como o Bitcoin é negociado globalmente em dólar, uma valorização da moeda brasileira pode tornar a compra da criptomoeda mais cara para investidores locais.
Bitcoin pode perder força no curto prazo?
Com um cenário de juros mais altos, a disposição dos investidores para aplicar dinheiro em ativos de risco pode diminuir. Isso porque muitos preferem investir em opções mais seguras que garantem rentabilidade sem tanta incerteza.
Além disso, as decisões de juros não afetam apenas o Brasil. O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, também regula as taxas de juros no país. Se o Fed optar por manter uma política monetária mais rígida, com juros elevados, o mercado global de criptomoedas pode sentir o impacto, pois os investidores globais podem migrar para ativos mais seguros, como títulos do governo norte-americano.
E no longo prazo, o Bitcoin pode se beneficiar?
Apesar dos impactos negativos no curto prazo, a alta da Selic não significa necessariamente um ciclo prolongado de queda para o Bitcoin. A criptomoeda é descentralizada, ou seja, não é controlada por nenhum governo ou banco central, o que a torna um ativo alternativo para proteção contra crises financeiras.
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Se a inflação continuar alta, o Bitcoin pode ser visto como uma reserva de valor, semelhante ao ouro. Isso acontece porque a moeda digital tem uma oferta limitada – apenas 21 milhões de unidades existirão, o que impede a desvalorização causada pela emissão excessiva de dinheiro por governos. Esse fator pode atrair investidores preocupados com a perda do poder de compra no futuro.
Além disso, outro ponto a ser considerado é o avanço da adoção institucional. Empresas e fundos de investimento continuam explorando o potencial do Bitcoin, o que pode manter seu valor em alta, mesmo diante de um cenário de juros elevados.
