Em uma operação que chocou o mercado de criptomoedas brasileiro, o dono da fintech 2GO Bank, Cyllas Elia, foi preso nesta terça-feira (25). Ele responde por acusações de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, desmantelou um esquema milionário que utilizava a empresa como fachada para ocultar a origem ilícita de recursos.
Laços do 2GO Bank com o crime
A investigação, iniciada após a morte de um operador financeiro ligado ao PCC, revelou a ligação da 2GO Bank com a facção criminosa. A fintech atuava com intermediária, facilitando a lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas. Além disso, ela atuava para diversos clientes operando o mesmo serviço, incluindo casas de apostas, corretoras de criptomoedas e investidores do mercado esportivo.
A empresa oferecia serviços como a abertura de contas em nome de laranjas e a transferência de dinheiro para o exterior. Cobrando, assim, taxas exorbitantes por suas operações.
“O uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro é uma tática crescente entre organizações criminosas”, afirmou o delegado responsável pela operação. “A 2GO Bank se aproveitava da falta de regulamentação e da complexidade das transações com criptomoedas para ocultar a origem ilícita do dinheiro”, completou.
Além da prisão de Elia, a operação cumpriu dez mandados de busca e apreensão e determina a suspensão da atividade econômica de duas empresas. A Justiça autorizou também o congelamento de oito contas bancárias das empresas, que tinham um total de R$ 27,9 milhões.
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As autoridades brasileiras têm intensificado os esforços para combater crimes financeiros que envolvem criptomoedas, e a operação contra a 2GO Bank é um exemplo dessa tendência.
Criptomoedas e o crime organizado: um desafio para as autoridades
A operação ocorreu quatro dias após o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP de São Paulo, oferecer nova denúncia contra policiais civis e empresários ligados ao PCC. Na sexta-feira (21), os promotores solicitaram à Justiça o julgamento de 12 pessoas por lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública. Como peculato e corrupção passiva, por exemplo.
Caracterizando, assim, a segunda denúncia no âmbito da operação Tacitus. O documento detalha um conluio entre policiais e pessoas ligadas à facção criminosa. Além das condenações, os promotores solicitaram o confisco de R$ 40 milhões para o ressarcimento à sociedade por danos causados pelos crimes.
A crescente adoção de criptomoedas trouxe consigo novos desafios para as autoridades, que precisam se adaptar para combater o uso dessa tecnologia para fins ilícitos. A promessa de anonimato e descentralização, características que atraem muitos usuários, também pode ser explorada por criminosos para ocultar suas atividades.
Futuro da regulamentação no mercado de criptomoedas
A prisão de Cyllas Elia reacende o debate sobre a necessidade de maior regulamentação e fiscalização no mercado de criptomoedas. Especialistas defendem a criação de mecanismos mais rigorosos para identificar e prevenir atividades ilícitas, assim, garantindo a integridade do mercado e protegendo os investidores.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Banco Central têm trabalhado em conjunto para estabelecer regras claras para o mercado de criptomoedas, buscando equilibrar a inovação com a segurança. A expectativa é que novas regulamentações sejam implementadas em breve, visando aumentar a transparência e prevenir crimes financeiros.
Em conclusão, a prisão do dono da 2GO Bank é um alerta para os riscos da lavagem de dinheiro com criptomoedas. Portanto, a operação da Polícia Federal demonstra a importância da regulamentação e da fiscalização no mercado cripto, para garantir a segurança dos investidores e prevenir o uso de criptomoedas para fins ilícitos.