O Grupo Bitcoin Banco (GBB), que teve início em 2017, conquistou sua fama com propagandas enaltecidas por celebridades e com o dono, Claudio Oliveira, sendo conhecido como ‘o rei do bitcoin’.
Um artigo publicado pelo Jusbrasil explica como funcionou o esquema do GBB, com proposta de fomentar uma revolução econômica por meio da desmitificação das moedas digitais.
No primeiro trimestre de 2019, os investidores e usuários das exchanges da NegocieCoins e da Tem BTC tiveram acesso a um novo modelo de transações, criado para ser utilizado dentro das plataformas, chamado FortKnox.
Através do modelo FortKnox, é possível realizar cerca de 25 transações por dia, a cada 45 minutos entre as exchanges do grupo. Esse mecanismo possibilitou volumes jamais vistos no mercado de criptomoedas.
Ou seja, as duas corretoras do GBB negociavam mais de mil vezes o que é negociado por todas as outras corretoras do Brasil.
O GBB gerou um volume gigantesco de transações e escondeu os valores movimentados dos sistemas públicos de controle.
A empresa gerava lucro rápido, sem passar pelo controle financeiro público, entretanto, era somente uma falsa ideia de ganho.
“Esse lucro não existia, pois o GBB precisa do dinheiro dos investidores para produzir as ordens do livro de ofertas”, conforme trecho do artigo.
Os pontos abaixo exposto pelo Jusbrasil, mostram que cada exchange não tinha de fato a quantidade equivalente em bitcoins, mas sim um volume alavancado com reserva fracionária, eles possuíam apenas 2.500 bitcoins.
Juntando os pontos:
- Uma exchange sempre vendendo mais barato que a outra (spread e arbitragem infinita);
- Retiradas utilizando FortKnox (meios próprios);
- Preço sempre manipulado;
- Volume de negociações absurdamente alto para o Brasil;
- Volume não condizente com os fundos em bitcoins disponíveis;
- Valores depositados pelos clientes ou lucros dentro da plataforma ficam retidos e são liberados com um limite diário ínfimo.
“A conclusão é que estamos supostamente diante, de uma exchange insolvente e do maior esquema de fraude financeira do país” aponta o autor.
A movimentação absurda do GBB, foi a causa do Banco Brasil Plural ter fechado a única conta que restava da exchange.
Podemos identificar ainda dois crimes do GBB, tais como, lavagem de dinheiro e o uso de recursos de terceiros sem o consentimento dos mesmo, sendo apropriação indébita.
Quando o bitcoin atingisse a casa de US$8 mil, seria o momento ideal para consumar o golpe, e assim, a empresa anunciou que o grupo foi “hackeado”.
“O maior grupo de operações em bitcoin anuncia que foi hackeado no momento do pico de alta do bitcoin”, comenta o autor.
Iniciaram então as queixas sobre uma suposta auditoria interna, logo em seguida, os acordos extrajudiciais que não tiveram retorno.
Em outubro de 2019, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que o GBB não se encontra habilitados para ofertar investimentos financeiros.
Após deixar milhares de investidores no prejuízo, o Grupo Bitcoin Banco conseguiu sua recuperação judicial, portanto, a empresa tem a justiça ao seu lado, impedindo que tomem seus bens ou que cortem sua luz e internet.
“De uma forma ou de outra, o Grupo Bitcoin Banco detêm um patrimônio bilionário que não é dele, mas sim de seus investidores, se não está operando de forma regular, como que está provendo algum rendimento para sustentar a própria empresa?”, questionou o autor.
O autor finaliza declarando que a análise se fundamenta nos fatos públicos e notórios que vitimaram diversos investidores do GBB, e “qualquer tipificação de crime decorre tão somente da leitura do próprio artigo de lei e não de imputação algum crime supostamente praticado pelo grupo empresarial”.