Os argentinos envolvidos com o mercado de criptomoedas estão promovendo duras críticas aos requisitos anti-criptomoedas solicitados pelo FMI –Fundo Monetário Internacional– para implementação no país latino-americano.
O acordo, que reestrutura e dá mais facilidades ao país para pagar os US$ 45 bilhões devidos ao fundo, também aponta para uma série de medidas direcionadas a sufocar o crescimento que a indústria de criptomoedas tem experimentado no país.
A documento do FMI declara:
“O Governo Nacional, para uma melhor salvaguarda da estabilidade financeira, irá desencorajar a utilização de criptomoedas na prevenção do branqueamento de capitais e da informalidade, da mesma forma a digitalização de pagamentos terá incentivos oficiais e será dada proteção adicional ao consumidor financeiro.”
As diretrizes sugerem o estabelecimento de regulamentos e medidas que podem retardar o aumento da adoção de criptomoedas no país.
A comunidade Argentina já está tentando entender as possíveis repercussões do acordo e como isso vai se desenvolver para os atores envolvidos na indústria.
A Bitcoin Argentina, organização sem fins lucrativos voltada a incentivar o uso e o conhecimento do bitcoin, encaminhou uma carta ao governo solicitando todos os dados referentes à aplicação dessas novas medidas direcionadas a retardar a adoção no país.
Franco Bianchi, CMO da Lemon, startup argentina que oferece soluções de pagamentos em criptomoedas, comentou o caso na mídia local:
“[Seria melhor] trabalhar em um contexto de regras claras que incentivem a adoção de criptoativos como alguns países estão fazendo, o que promoveu leis positivas sobre o uso de criptomoedas”.
Adoção de governos
Franco Amati, outro conhecido bitcoiner argentino, afirmou suspeitar que isso poderia ser destinado a sufocar uma possível tentativa de financiamento utilizando o bitcoin, como a que El Salvador está adotando.
El Salvador está próximo de emitir o Volcano Bitcoin Bond, um título de dívida soberana que deve arrecadar US$ 1 bilhão, que será destinado metade para compra de bitcoin e a outra metade para financiar a infraestrutura de eletricidade da Bitcoin City.
O governo salvadorenho afirmou que já possui US$ 500 milhões em compromissos de compras do título, que tem rendimento de 6,5% ao ano + metade dos ganhos do bitcoin em caso de aumento do preço.
Aqueles que investirem pelo menos US$ 100 mil receberão direito de residência permanente em El Salvador, que está se tornando um centro global para o Bitcoin.
Esta pode se tornar uma maneira altamente viável para governos se financiarem a juros baixos. Caso a iniciativa seja bem sucedida, isto deve incentivar nações soberanas.
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