Sem dúvidas, um dos serviços mais obscuros do mercado de criptomoedas é o de mineração. Afinal, ter caixa para minerar Bitcoin (BTC) no mercado em baixa é muito difícil.
As mineradoras que trabalham com o dinheiro de terceiros são as que mais sofrem em um inverno cripto. Core Scientific, principal mineradora de Bitcoin do mundo, não foi exceção.
De acordo com o documento que a empresa apresentou para a SEC, a mesma iria suspender os pagamentos nos próximos dias devido ao esgotamento de suas reservas.
A mineradora acredita que os valores que possui em caixa não são suficientes para pagamentos até o final de 2022.
O documento apresentado pela Core Scientific destacou que a queda constante do bitcoin somado ao aumento de custo da eletricidade e o crescimento da taxa de hash foi o que motivou esse cenário.
Além disso, a falência da Celsius Network contribuiu para que as portas da mineradora fossem fechadas.
Mas quais são as medidas que a mineradora está tomando contra as quedas em suas reservas?
Em primeiro lugar, a empresa tem focado em diminuir seus custos mensais. Ademais, decidiu adiar as despesas de construção e de capital.
Para que o lucro possa retornar, a Core Scientific planeja aumentar sua receita de hospedagem.
A mineradora também informou que está investigando algumas opções estratégicas para reviver a empresa. Dentre elas, contratar consultores estratégicos, obter recursos extras ou reorganizar sua atual estrutura de capital.
Nesse sentido, a Core Scientific contratou Weil, Gotshal & Manges LLP como consultor jurídico e PJT Partners LP como consultor financeiro.
Como anda a receita geral dos mineradores?
Segundo os dados do Blockchain.com, a receita do minerador de BTC continua andando de lado.
Apesar de o mercado cripto ter passado por uma respirada na última semana de outubro, ela não foi suficiente para que o lucro dos mineradores fosse impactado.
Podemos citar como fator determinante para isso a taxa de hash do Bitcoin que continua em uma trajetória de alta. Afinal, a dificuldade da rede do BTC atingiu seu nível mais alto. Ou seja, está cada vez mais difícil minerar a criptomoeda primária.
Embora isso seja positivo, pois mostra que a rede do bitcoin está mais segura que nunca, o incentivo para que os mineradores continuem operando é baixo. Sendo assim, alguns vão abandonando a rede da principal criptomoeda porque não conseguem cobrir os custos e ainda ter lucro.
Só para exemplificar, a receita dos mineradores de Bitcoin caiu 16,2%, para cerca de US$550,5 milhões em setembro de 2022. Esse acontecimento marcou o quinto declínio nos últimos seis meses e o menor total desde novembro de 2020.
Pensando nesses trabalhadores tão importantes para o Bitcoin, a Binance, principal exchange do mercado cripto, lançou um fundo de US$500 milhões para fornecer empréstimos a mineradores de BTC.
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