O renomado investidor Ray Dalio, fundador do maior fundo de hedge do mundo, a Bridgewater Associates, acaba de soar um alarme preocupante sobre o futuro da economia global. Em uma entrevista recente à NBC, Dalio expressou sua apreensão em relação à política tarifária americana. Além disso, ele também alertou que o mundo pode estar caminhando para algo ainda mais grave do que uma simples recessão.
Dalio cita como paralelo inquietante, o cenário da década de 1930, que antecedeu a Grande Depressão de 1929. “Eu estudei a história e isso se repete diversas vezes”, comentou Dalio, sublinhando a seriedade de suas previsões.
Economia global à beira do abismo?
Dalio, autor do livro “Princípios para a ordem mundial em transformação: Por que as nações prosperam e fracassam”, acredita que a economia mundial é impulsionada por um conjunto de cinco grandes forças interconectadas
Ele lista o endividamento cíclico de curto prazo, o endividamento de longo prazo, a ordem interna de cada nação, a ordem mundial/externa e a tecnologia como os principais motores da história econômica.
Em relação aos primeiros pontos, Dalio expressou sua preocupação com o crescente endividamento do governo americano e com a profunda divisão política interna nos Estados Unidos. No entanto, o terceiro ponto surge como um dos fatores mais críticos em sua análise. Atualmente, a queda dos EUA como potência hegemônica na economia global e o conflito emergente com a China.
“A tecnologia está mudando, e a forma como todas essas forças estão se combinando são os principais motores por trás disso”, explica o investidor.
Questionado sobre as tarifas impostas pelo governo americano, Dalio observou que existe um desejo de trazer empresas de volta aos EUA para gerar empregos. Além de aumentar a arrecadação de impostos, o que poderia ter efeitos tanto positivos quanto negativos. “Acho que isso depende de como essas coisas são tratadas”, ponderou Dalio.
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Além disso, ele ressaltou a importância de uma abordagem prática, estável e baseada em negociações de qualidade. Onde, dessa forma, os problemas são vistos como mútuos, em contraste com uma abordagem caótica e disruptiva que gera grandes conflitos. Como, de fato, ele percebe na situação atual.
Crise pode ser mais severa que uma recessão
No entanto, a parte mais alarmante da entrevista de Ray Dalio reside em sua preocupação com um cenário econômico ainda mais sombrio do que uma recessão tradicional.
“Estou preocupado com algo pior do que uma recessão, se isso não for bem conduzido”, afirmou o investidor.
Ele explica que uma recessão se caracteriza por dois trimestres consecutivos de queda no PIB, mas o que se avizinha pode ser algo muito mais profundo: uma quebra na ordem monetária global.
“Vamos mudar a ordem monetária porque não podemos continuar gastando essas quantias de dinheiro. Esse é o problema”, sentencia Dalio.
Ao traçar um paralelo com a história, Dalio enfatiza que o momento atual se assemelha perigosamente aos anos 1930. Um período turbulento que culminou na Grande Depressão de 1929. A combinação de tarifas comerciais elevadas, níveis de endividamento insustentáveis e a ascensão de uma potência desafiando a ordem estabelecida cria um sistema “muito, muito disruptivo”.
A forma como essa transição será conduzida determinará se o mundo enfrentará apenas uma recessão passageira ou algo muito mais severo e prolongado.
Embora Dalio não tenha mencionado o Bitcoin diretamente nesta entrevista, é importante lembrar que o investidor é um defensor da criptomoeda. Aliás, chegando a recomendá-la como uma alternativa aos ativos de dívida no final de 2024. Demonstrando, portanto, sua visão de que ativos alternativos podem ganhar relevância em tempos de incerteza econômica e potencial crise na ordem monetária tradicional.