O Brasil está definindo os últimos detalhes para a criação da moeda digital emitida pelo Banco Central. O governador do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, anunciou sobre os avanços do CBDC, o real digital, nesta quarta-feira (24).
Segundo o BC, o país avançou nas discussões de como seria a criação do CBDC. Em 2020 o Banco Central constituiu grupo para analisar a criação do Real Digital. Entretanto, agora o país segue em processo formal de desenvolvimento de uma moeda digital emitida pelo Banco central.
Contudo, para o presidente do BC, as dúvidas principais estão focadas no tipo de problema que a moeda digital poderia ter. Além disso, ainda não foi definido como seria o fornecimento da moeda, ou se alguma instituição financeira poderia emitir o Real Digital com o Banco Central.
O grupo criado no ano passado tem como objetivo propor um modelo a seguir para a criação do CBDC. Sendo possível identificar fatores de risco, promovendo a inclusão financeira e garantindo a segurança dos usuários.
Por fim, “é importante que, nesse processo de confecção da moeda digital, os países tenham moedas digitais que sejam homogêneas, ou seja, que sejam interoperáveis”, afirmou Campos Neto. Além de destacar as condições de avanço na área de pagamento, bem como em operações financeiras para além das fronteiras, conhecidas pela expressão em inglês “cross border”.
Real digital para 2022
Em setembro de 2020, o Presidente do Banco Central revelou que o Brasil deve ter uma Moeda Digital ainda em 2022. Na transmissão de uma live, Campos Neto disse que a versão digital do Real é consequência de uma construção de elementos.
Contudo, Campos Neto ainda declarou na época que o sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, PIX, vai terminar em uma moeda digital. O Pix é um dos pilares fundamentais para a criação do Real digital.
“A gente imagina que o sistema financeiro no mundo é [no futuro] quase todo digital. E culminando com o que a gente chama de moeda digital, que a gente vê lá na frente”, disse Neto.
Além disso, Campos Neto declarou que “precisa de um sistema de pagamentos instantâneos que seja eficiente e interoperável; um sistema aberto, no qual exista competição; e precisa de uma moeda que tenha credibilidade, seja conversível e internacional”.
“Depois disso, eu acho que você tem todos os ingredientes para ter uma moeda digital”, afirmou o presidente do BC, acrescentando: “Nós achamos que teremos isso em 2022.”