Um dos 15 réus no processo contra a Unick Forex, considerada uma das maiores pirâmides financeiras do país, pode fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) para entregar “gente grande” envolvida no esquema, segundo reportagem do Jornal NH.
A empresa acusada de ter movimentado R$ 28 bilhões em dois anos de atividades, teve apenas R$ 250 milhões apreendidos na Operação Lamanai, executada pela Polícia Federal. Contudo, conforme a matéria, o paradeiro do restante do valor desviado pelos chefes do esquema pode ser revelado pelo réu, cujo nome está sob sigilo rigoroso.
De acordo com o jornal, o acusado, que seria um membro influente na Unick, junto a sua defesa, estão negociando com o MPF os benefícios que receberia por informações importantes sobre o núcleo de comando da organização.
A empresa deixou de pagar os clientes em junho de 2019, mas suas atividades só tiveram fim em outubro, com dez mandados de prisão.
A Delação Premiada é um meio de obtenção de provas que se origina na Lei de Organizações Criminosas (2.850/2013), na qual o Estado aceita a contribuição voluntária do réu em uma investigação ou processo em troca de benefícios.
Contudo, vale ressaltar que o processo do MPF não apura crimes contra os investidores da empresa, mas sim contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
De acordo com publicação do Livecoins, Jean Carbonera, da diretoria da ASSIC, apontou que a Justiça não vê os clientes como vítimas dos crimes apurados:
“Em petição protocolada no dia 13/01, o Procurador negou o pedido e afirmou que os clientes da empresa não são considerados pela justiça como vítimas dos crimes, pois as acusações se referem a crimes contra o sistema financeiro – ou seja, apenas o sistema financeiro nacional é vítima direta das ações consideradas ilegais.”