O governo da Venezuela decidiu banir as mineradoras de Bitcoin e criptomoedas do Sistema Elétrico Nacional (SEN). A decisão foi emitida pelo Ministério do Poder Popular de Energia Elétrica (MPPEE).
Segundo relatos da mídia, ainda não está claro se a decisão se aplica às mineradoras que possuem fontes de energia própria.
O objetivo da medida é aliviar o sistema elétrico do país, que aparentemente vem passando por instabilidade.
“O objetivo é desconectar do SEN todas as mineradoras de criptomoedas no país, evitando o alto impacto na demanda, o que permite continuar oferecendo um serviço eficiente e confiável a todo o povo venezuelano”.
O governo pediu ainda para que as pessoas denunciem operações de mineração, mesmo que elas sejam domésticas:
“Se você, vizinho, conhece uma casa que minera criptomoedas, diga à pessoa para desligá-la ou informe às autoridades. Quando a luz é cortada para que alguém ganhe dinheiro, você fica sem serviço elétrico”, afirmou Rafael Lacava, governador do estado de Carabobo.
A medida segue a decisão da China de 2021, que baniu a atividade na região continental. Na ocasião, o hashrate do Bitcoin despencou 50%, o que foi fundamental para desencadear uma queda expressiva do mercado. No entanto, o hashrate se recuperou, com as máquinas sendo realocadas para outros países.
A decisão do governo da Venezuela segue a apreensão de 2 mil máquinas de mineração em Maracay. O governo realizou dezenas de prisões de funcionários da Petróleos de Venezuela (PDVSA) e da Superintendência Nacional de Criptoativos (Sunacrip) devido a atividades ilícitas envolvendo a mineração.
Venezuela e as criptomoedas
A Venezuela possui uma longa história conturbada envolvendo as criptomoedas. Devido à alta inflação da moeda local dos últimos anos, as criptomoedas se tornaram ativos de poupança importantes para a preservação e transferência de valores.
Em meio a este cenário, o governo chegou até mesmo a lançar um um criptoativo próprio, o Petro, supostamente lastreado em petróleo. No entanto, o Petro foi um fracasso comercial, com o projeto falhando tecnicamente em diversas ocasiões.
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Mais recentemente, uma corretora estatal de criptomoedas, a PetroApp, fraudou os clientes, convertendo os ativos em bolívar digital sem devida autorização:
“Os fundos das carteiras de Bitcoin, Litecoin e Dash serão convertidos em bolívares digitais na próxima segunda-feira, 15 de janeiro de 2024. Concluída esta operação, a Plataforma Petro fechará as carteiras dessas criptomoedas para concentrar recursos tecnológicos nas carteiras de Bolívar Digital e Petro.”