O autor do “Cisne Negro”, Nassim Taleb, foi ao Twitter mais uma vez falar sobre a queda das criptomoedas. Dessa vez, o economista apontou que a queda do mercado pode durar bem mais que alguns meses e que a palavra “inverno das criptomoedas” engana os investidores.
Isso porque, quando as pessoas falam sobre inverno, se referem a um curto período, seguido de uma estação mais quente. Entretanto, falando sobre criptomoedas, essa expressão tem outro significado, afirma Taleb.
Em seus dizeres, o economista citou o inverno das criptomoedas de 2018, apontando que o mesmo durou mais de um ano e não alguns meses.
Por isso, de acordo com Taleb, a crise atual pode se arrastar por mais tempo do que as pessoas pensam, se tornando uma “era do gelo”.
Quando o inverno das criptomoedas começou
Que as criptomoedas são extremamente voláteis, isso não é uma novidade. É comum vermos grandes altas seguidas por grandes quedas. Entretanto, quando falamos em uma queda no preço de forma prologada, normalmente surge o termo “inverno das criptomoedas”.
O termo surgiu anos atrás, no Bitcoin Talk. Na ocasião, o Bitcoin passou por suas primeiras quedas de valor. Isso aconteceu em 2011 e, naquela época, o preço do Bitcoin atingiu US$ 1,05. Entretanto, logo caiu e chegou a margem de US$ 0,67.
A queda de quase 40% fez com que alguns críticos declarassem a morte da criptomoeda. Um fato bastante parecido com o que estamos acompanhando agora.
Mas, voltando um pouco, exatamente a fevereiro de 2018, o preço do Bitcoin caiu cerca de 65%. Neste ano, quase todas as criptomoedas seguiram o ritmo de queda.
Foi o primeiro inverno cripto “oficial” e colocou um ponto final no sonho de muitos investidores. Isso porque foram quase 80% de queda, se comparado aos máximos do final de 2017.
Neste ano, o mercado vê um novo inverno. A queda já se arrasta por 6 meses e o mercado de criptomoedas já vê margens de queda de mais de 60%. Taleb, um dos maiores críticos do Bitcoin, aponta que o inverno atual deve ser considerado uma era do gelo.
Realmente estamos em uma era do gelo?
Em seus tweets, Taleb afirma que o inverno das criptomoedas pode se transformar em uma “era do gelo”. O economista faz referência ao período em que as geleiras cobriram grandes partes dos planetas por cerca de 11.500 anos.
Taleb aponta que, com a tal era do gelo das criptomoedas, algumas empresas entrarão em extensão, assim como vários tokens.
“A expressão jornalística “Inverno das criptomoedas” é altamente enganadora; implica sazonalidade e, talvez pior, uma reversão a alguma tendência. Não, o inverno das criptomoedas pode não ser transitório, e o que você chama de inverno pode se transformar em uma era glacial permanente e inevitável, repleta de extinções.”
Com isso, vale destacar que empresas como Terra (LUNA), Celsius, Three Arrows Capital (3AC), Coinbase e CoinFlex, bem como diversas outras plataformas, tem enfrentado e relatado problemas nas últimas semanas.
Inclusive, algumas empresas, como Gemini e Coinbase, demitiram grande parte do seu time de colaboradores. As plataformas estão recorrendo a medidas extremas, como a suspensão de depósitos e saques.
Ou seja, todos os sinais comuns de um inverno cripto estão aqui. Em relação à sua máxima histórica, o Bitcoin já caiu mais de 70%. Entretanto, alguns analistas afirmam que o nível de US$ 17.600 pode não ser a mínima máxima que veremos neste ciclo.
Atualmente, a maior criptomoeda do mundo está sendo negociada a um pouco mais de US$ 21 mil. Entretanto, a tendência de queda no curto prazo continua alta. Portanto, o fato pode desencadear em uma crise sem precedentes em todo o mercado.
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