Se você é já é um investidor do mercado de criptomoedas, já deve ter se deparado com o termo token. Mas afinal, o que isto significa e qual a sua utilidade? Acompanhe este conteúdo para descobrir.
É importante destacar que existe mais de uma definição do que é um token. Este é um termo também muito utilizado na ciência da computação e significa uma representação de uma permissão digital. No entanto, focaremos apenas nos tokens do mercado de criptoativos.
Um token é um ativo digital executado normalmente em uma rede blockchain. O primeiro grande token a circular no mercado foi o próprio BTC. Mas é importante que você entenda que existe uma diferença entre o “Bitcoin” escrito com letra maiúscula e o “bitcoin” com letra minúscula.
O Bitcoin se refere a rede monetária, onde as transações são adicionadas pelos mineradores e validadas pelos rodadores de nós. O bitcoin é o token ou moeda executada na rede, e serve para pagar as taxas de transação.
Um não pode existir sem o outro, visto que estão diretamente conectados, mas essencialmente significam coisas diferentes.
É dessa forma também que a segunda maior rede blockchain funciona. Enquanto o termo “Ethereum” se refere a rede blockchain, o Ether (ETH) é o token nativo da plataforma, que é utilizado para pagar as taxas de transação.
Tokens dentro de redes blockchain
Além dos tokens nativos de redes blockchain, como BTC, ETH, ADA, BNB e SOL, estas plataformas permitem a criação de outros tokens, que podem ser transacionadas através de suas redes.
Estes tokens possuem múltiplas finalidades e podem representar vários ativos financeiros diferentes. O primeiro grande token que surgiu em uma plataforma blockchain foi o Dólar Tether, que foi criado em 2014 através de uma rede de segunda camada do Bitcoin.
Desde então, a Tether Limited, empresa responsável pelo ativo, emite tokens que rastreiam o preço do dólar em múltiplas redes blockchains, especialmente na rede Ethereum (ETH).
O Ethereum é de longe a principal rede para criação de tokens. A blockchain foi pioneira ao desenvolver os revolucionários tokens padrão ERC-20. Estes tokens podem ser facilmente criados até mesmo por pessoas sem conhecimento em programação.
Desde então, as principais redes blockchain permitem a execução de contratos inteligentes que criam esses tokens. Em específico, tokens são normalmente emitidos no Bitcoin através de redes de segunda camada.
Mais recentemente, o protocolo Taro tem ganhado atenção, pois visa permitir que ativos sejam emitidos através da Lightning Network (LN), uma rede de segunda camada do Bitcoin que permite transações rápidas e baratas.
O uso do protocolo vai trazer ainda mais utilidade e demanda para o BTC, visto que é necessário sua utilização para pagar as taxas da rede, algo semelhante ao que ocorre com o Ethereum.
Devido a grande demanda pela rede Ethereum, as taxas da blockchain explodiram durante o último mercado de alta. Por conta disto, redes alternativas estão ganhando cada vez mais espaço na tokenização de ativos, como a Binance Smart Chain (BNB), que é uma rede centralizada, porém com menores taxas.
Utilidade dos tokens
Os tokens podem assumir diferentes casos de uso, a depender da necessidade. O caso de uso mais notório para essa tecnologia atualmente são as stablecoins (moedas estáveis), que rastreiam o preço de moedas fiduciárias.
Além disso, qualquer ativo financeiro pode ser tokenizado em blockchain, incluindo commodities, como ouro, prata e petróleo; ações de empresas, títulos de dívida e créditos de carbono. Não há limites.
A tecnologia blockchain permite que esses ativos sejam enviados de pessoa para pessoa de maneira muito mais simples, rápida, barata e menos burocrática, sem depender de uma corretora ou banco.
No entanto, é importante destacar que esses ativos dependem diretamente da confiança no seu emissor, visto que são centralizados, diferente do Bitcoin ou do Ethereum. Por conta disto, a regulamentação é algo extremamente importante para este mercado.
A própria Tether já foi multada por não manter o lastro do USDT por um determinado período de tempo. Espera-se que a empresa cumpra com as suas obrigações com o investidor como qualquer outra empresa tradicional.
Mas apesar deste fator, os ativos tokenizados possuem um grande potencial pela frente, visto que é um dos nichos do mercado cripto com maior adoção pelo mercado tradicional.
Até mesmo Larry Fink, CEO da gigante BlackRock, mencionou que “a próxima geração dos mercados será a tokenização de valores mobiliários”.
Valores mobiliários são contratos de investimento emitidos por empresas com o objetivo de arrecadar dinheiro. Através de uma rede blockchain, qualquer startup de pequeno porte tem o poder de “abrir capital” de maneira descentralizada através da emissão de um token.
Mas novamente, os valores mobiliários são regulamentados e autorizados por instituições governamentais locais. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é responsável por autorizar a emissão desses ativos.
Por isso, certifique que a empresa que você está investindo possui as regulações necessárias.
Ainda assim, algumas jurisdições ao redor do mundo estão se especializando para se tornarem centros para o mercado de criptoativos, e visam facilitar a emissão de tokens.
O governo de El Salvador está se preparando para lançar o Bitcoin Volcano Bond, um título de dívida que será utilizado para arrecadar US$ 1 bilhão em investimentos. O token será emitido pela Liquid, uma rede de segunda camada do Bitcoin mantida por uma federação de empresas.
O que você pensa sobre a tokenização de ativos? Deixe na seção de comentários abaixo.