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Para o diretor do BC, “o setor financeiro não vê um mundo 100% descentralizado”

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Para o diretor do BC, Otávio Damaso, não haverá um sistema financeiro 100% descentralizado. Essa constatação foi publicada em matéria no site Valor Econômico nesta quinta-feira (29).

Para o diretor de regulação do Banco Central, a total descentralização é uma utopia libertária que jamais poderá se realizar. Damaso vê contradição entre o ideal libertário das criptos e o desejo de popularidade destes ativos.

No entanto, para Damaso, os investidores e adeptos do mercado de criptomoedas já veem que o mercado não crescerá sem regulação. A partir disso Damásio diz:

“Na área de finanças 100% descentralizadas até pode ter coisas pequenas funcionando, mas quando vai ganhar escala, se não tiver controles, a coisa não cresce. O mundo cripto nasceu para contestar o ‘status quo’ e hoje quer regulação para escalar.”

Portanto, para o diretor, as empresas do setor naturalmente precisarão abrir mão da descentralização. Pois, conforme afirma:

“O setor financeiro não vê um mundo 100% descentralizado.”

Diretor do BC e sua posição sobre as CBDCs

Segundo Damaso, o Banco Central deve criar as condições exigidas para a coexistência entre sistemas distintos. Contudo, cabe à sociedade escolher qual desses sistemas é mais conveniente para seu uso.

Na visão do diretor,o protagonista deste novo sistema será o Real Digital. Todavia, é importante apontar que o mesmo está atualmente em gestação, a partir de sistemas e dispositivos digitais:

“Fizemos rodadas de conversas no mercado londrino e ficou bem marcado, desde o inovador fora do mercado que quer contestar o status quo até o banco mais tradicional, que todo mundo fala que o CBDC vai ser o link do que tem hoje nas finanças tradicionais com o que quer que seja o futuro, porque é preciso estabilidade nessas transações [digitais].”

Roberto Campos Neto, presidente do BC, informou que o Real Digital é baseado no multiplicador bancário. Este expediente já é contemplado pela atual legislação do país.

Portanto, ao se tratar do CBDC brasileiro, o mesmo sistema será replicado.

Ao focar na usabilidade desta moeda, para Damaso,o CBDC brasileira “terá uma presença mais forte em operações de atacado”. Contudo este tipo de narrativa foge do senso comum, pois o mesmo acredita que o maior uso será no varejo.

Stablecoins Institucionais

Damaso ressaltou que, no caso do Pix, ainda existe espaço para crescimento e inovações. A partir disso, salientou que o Pix já cumpre as funções prioritárias de um CBDC, como depósitos e pagamentos rápidos.

“Tem um espaço enorme de crescimento do Pix, que num primeiro momento já foi muito grande; acho que falta um ‘B2B’ [modelo de negócios entre empresas], algo que ainda está por se explorar.”

Nesse modelo de CBDC proposto pelo Banco Central, será possível para instituições financeiras emitirem stablecoins privadas a partir de recursos destinados a esse fim.

De antemão, ocorre a captação de recursos de clientes, para a emissão de stablecoins bancárias, deduzindo o depósito compulsório. A partir disso, essas moedas entrarão em circulação e eventualmente se tornarão novos depósitos.

Por fim, esses depósitos permitirão a emissão de novas stablecoins, gerando um círculo de investimentos. No entanto, as stablecoins privadas não terão o lastro de um para um com o real digital, possuindo o Banco Central como instituição garantidora.

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