O CEO da BlackRock, Larry Fink, disse durante o evento DealBook do New York Times que “a próxima geração dos mercados será a tokenização de valores mobiliários”.
No mundo do blockchain, a tokenização refere-se a um processo em que uma representação digital de um ativo é criada em um blockchain, autenticando sua transação e histórico de propriedade.
Essa abordagem permite uma maneira diferente de negociar ativos como ações, títulos, imóveis ou até mesmo ativos alternativos como obras de arte, permitindo que as transferências sejam públicas e confiáveis.
Fink argumentou que a tokenização fornecerá “liquidação instantânea” e “taxas reduzidas”. Apesar dessas vantagens, ele acrescentou que o desenvolvimento desse tipo de tecnologia não atrapalharia o modelo de negócios da BlackRock.
Não é apenas a BlackRock que aposta na tokenização como o futuro dos serviços financeiros.
A Flowcarbon, uma start-up que tokeniza créditos de carbono liderada pelo ex-fundador da WeWork, Adam Neumann, atraiu recentemente US$ 70 milhões em investimentos de investidores proeminentes como a16z, General Catalyst e Samsung Venture Investment.
Em novembro, o JPMorgan recorreu à Polygon para negociar depósitos em dinheiro tokenizados em um teste em Cingapura por meio da Onyx Digital Assets, uma blockchain privada criada pelo banco.
O banco também promoveu os benefícios da tokenização em alguns de seus whitepapers, dizendo que a tecnologia poderia permitir que os serviços financeiros fossem entregues “de uma maneira mais aberta”.
Apesar de sua visão otimista sobre o futuro da tokenização, o CEO disse acreditar que a maioria das empresas relacionadas a criptomoedas “não existirão” no futuro, embora tenha dito que a tecnologia blockchain será “muito importante”.
Comentando sobre o escândalo da FTX que definiu os mercados no mês passado, ele disse que a falha fatal da FTX foi criar seu próprio token.
Um dos gatilhos iniciais do colapso da FTX foi a Binance vendendo seu enorme estoque de tokens FTT, além da empresa utilizar o token como garantia para empréstimos.
Fink esclareceu que o valor do investimento da BlackRock na bolsa falida era de US$ 24 milhões.