O presidente russo, Vladimir Putin, respondeu a algumas perguntas na sexta-feira sobre a desdolarização durante uma sessão plenária no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF).
Putin foi questionado se as alegações de que ele está usando o conflito da Rússia com os EUA para acelerar o processo de desdolarização eram verdadeiras e, em caso afirmativo, quais seriam as consequências para ele se o dólar americano perdesse sua hegemonia no sistema financeiro internacional.
“Em primeiro lugar, quero dizer, nunca tivemos e não temos o objetivo de desdolarizar a economia russa. E nunca houve e não há objetivo de desdolarização ou de influenciar a desdolarização da economia mundial.
A influência de uma ou outra moeda na economia mundial está diretamente relacionada ao potencial econômico do país emissor da moeda.
No entanto, ele afirmou que a economia dos EUA “agora é inferior à economia chinesa em termos de paridade de poder de compra”, afirmando que “a economia chinesa ultrapassou a americana em volume”.
No entanto, Putin observou que os EUA ainda têm “uma grande economia”, enfatizando:
“Este é um mérito óbvio do povo americano, talentoso, capaz, ninguém o nega. É que a liderança política de hoje abusa da confiança dos americanos, da confiança do povo americano”.
Putin detalhou:
“Usando o dólar como instrumento de luta armada, não há outra forma de dizer, colocam em dúvida a confiabilidade da moeda americana tanto como instrumento de liquidação no comércio mundial quanto como meio de acumulação, meio de reservas.
As reservas dos países do mundo com grandes economias em dólares estão diminuindo ano a ano. Não tão rápido quanto, talvez, alguns gostariam, mas estão diminuindo”, descreveu Putin.
“Assim como diminuíram as liquidações em dólares na economia mundial, diminuíram também as liquidações em euros. As liquidações em moedas nacionais estão crescendo, por exemplo, em yuan, em algumas moedas dos países árabes”.