Se você acompanha o bitcoin e o mercado de criptomoedas, você já deve ter observado que o preço é um dos assuntos mais comentados do setor. Mas afinal, quanto vale um bitcoin? Como o seu preço é formado e por que o bitcoin vale tanto?
Principalmente devido a ainda alta volatilidade da maioria dos criptoativos, o preço é o que movimenta grande parte dos investidores, traders, especuladores e empresas do setor. Para entender bem o mercado e os seus ciclos, é importante compreender como os preços surgem.
O que é um preço?
O preço de um bem, seja ele de consumo ou um ativo financeiro, é o valor monetário acordado livremente entre um comprador e um vendedor. Quando as duas partes fecham um acordo, o preço surge.
O preço traz uma informação valiosa para a sociedade. Em muitos casos, o preço reflete todo o trabalho e gastos realizados para a criação de um bem ou ativo. Além disso, os preços também são utilizados como referência para novas negociações, que costumam ser baseadas em compras e vendas anteriores.
A relação de oferta e demanda também afeta os preços. No geral, quanto mais pessoas desejam um bem, maior tende a ser o seu preço. O contrário também é verdade, pois quanto maior é a oferta de um bem, menor tende a ser o seu preço.
No entanto, esta relação de oferta e demanda é muito verdadeira principalmente para ativos financeiros líquidos, onde muitas compras e vendas são feitas e muito valor é movimentado diariamente.
Alguns ativos financeiros são mais líquidos do que outros. Por exemplo, ouro, prata, bitcoin, petróleo e ações de empresas estabelecidas são bens altamente líquidos, pois é muito fácil encontrar compradores e vendedores para fazer negociações.
O bem mais líquido de qualquer sociedade é o dinheiro corrente, visto que ele está sendo negociado o tempo inteiro por praticamente todos.
Quando uma grande força compradora surge para um bem líquido, o seu preço tende a subir. Por fim, quando muitas pessoas estão vendendo um bem líquido, o seu preço tende a cair.
Quanto vale um bitcoin?
O bitcoin é colocado em circulação através da mineração. Os mineradores contribuem voluntariamente para a rede e são recompensados com as novas moedas emitidas e com as taxas de transação dos usuários.
Por ser uma atividade que exige um alto custo de equipamento e energia elétrica, os mineradores são considerados os compradores primários do bitcoin. Eles, por sua vez, são os primeiros a colocar as moedas no mercado.
Quando o bitcoin foi criado em 2009, os bitcoins praticamente não possuíam liquidez e poucas pessoas estavam dispostas a pagar um alto valor pelo criptoativo. As primeiras trocas de bitcoin começaram por volta de 2009 e 2010.
Naquela época, cada bitcoin era negociado por poucos centavos, uma fração mínima do seu valor atual. Conforme mais pessoas foram entendendo a utilidade e o potencial do bitcoin como dinheiro, mais pessoas começaram a acumular o token. Com uma maior demanda, o preço do bitcoin inevitavelmente se valorizou muito.
Em meados de 2010, as primeiras bolsas de bitcoin surgiram, como a Mt. Gox, que se tornou a maior na época. As exchanges se tornaram os principais formadores de mercado, e é lá onde os preços surgem principalmente, pois é onde a maior parte das negociações ocorre.
A oferta de bitcoins em circulação é bem definida e programada. No total, nunca existirão mais de 21 milhões de moedas em circulação. Com uma oferta fixa e com milhões de usuários começando a utilizar a rede para várias finalidades, o preço do BTC se valorizou exponencialmente, crescendo milhares de vezes nos últimos anos.
No último mercado de alta, o bitcoin alcançou a expressiva marca de US$ 69 mil por moeda.
Por que o bitcoin é muito demandado?
O bitcoin é a primeira moeda digital descentralizada de sucesso. O criptoativo possui propriedades que o tornam um bom dinheiro, como a divisibilidade, verificabilidade, escassez, transportabilidade, fungibilidade e durabilidade.
Em relação à sua escassez, o bitcoin é diferente de qualquer outro ativo do mercado tradicional. No geral, quando um bem como ouro é muito demandado, a sua oferta tende a crescer, visto que os mineradores serão incentivados a extrair mais metal da terra, o que tende a balancear o seu preço.
No entanto, a escassez digital impede que isso ocorra, visto que coloca um limite pré-definido para a criptomoeda. Dessa forma, não importa se a demanda pelo bitcoin dispare 100 vezes, a oferta permanecerá intacta, o que tende a pressionar o preço.
Além disso, o bitcoin permite que valores sejam armazenados e transacionados globalmente de maneira totalmente soberana, sem depender de algum banco, custodiante ou governo. Estas vantagens fizeram com que dezenas de milhões de investidores se interessassem pela sua utilidade.
Além disso, grande parte do movimento do bitcoin se deve aos especuladores, que viram no criptoativo uma forma de obter retornos assimétricos.
O valor da rede Bitcoin se retroalimenta conforme mais pessoas adotam o criptoativo. Mais pessoas negociando btc trás maior liquidez e confiança para o mercado, o que tende a incentivar ainda mais pessoas a utilizar a criptomoeda.
Com o passar do tempo, novos casos de uso e tecnologias são desenvolvidos para o bitcoin, como a emissão de tokens dentro da rede blockchain. Como consequência, o criptoativo tende a ser mais demandado conforme a utilidade da rede cresce ao longo do tempo.
Qual o teto e o piso para o bitcoin?
Por ser cotado em moedas inflacionárias, como o dólar, real ou euro, o preço do bitcoin não possui um teto, podendo subir infinitamente em relação a estes dinheiros.
O preço do bitcoin também não possui um fundo, visto que o preço flutua livremente com base na demanda dos compradores e vendedores.