Michelle Bowman, integrante do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), afirmou ter uma postura cautelosa em relação a cortes adicionais nas taxas de juros.
Em uma palestra na Associação de Banqueiros de Kentucky, Bowman reforçou que o Fed deveria reduzir as taxas de maneira gradual, preocupada com a ausência de sinais claros de fraqueza no mercado de trabalho.
Enquanto outros membros do Federal Reserve acreditam que os riscos entre inflação e emprego estão mais equilibrados, Bowman mantém seu foco na estabilidade de preços. Inclusive, na semana passada, ela se opôs ao corte de 50 pontos-base decidido pelo Fed, defendendo uma redução de 25 pontos-base. Segundo Bowman, esse passo seria mais adequado às condições econômicas atuais, além de demonstrar a confiança da instituição no cumprimento de suas metas.
Já o presidente do Fed, Jerome Powell, defende cortes mais agressivos para sustentar o crescimento do emprego. O banqueiro argumenta que uma redução mais forte evitaria que o Federal Reserve ficasse atrasado em suas intervenções.
Embora Bowman reconheça os argumentos de Powell, ela alerta sobre o risco de que o mercado passe a esperar cortes ainda mais amplos, caso o Fed adote uma postura mais agressiva.
Apesar de sua cautela, Bowman afirmou que está aberta a rever sua posição, desde que o mercado de trabalho apresente sinais de fraqueza.
Outro ponto de preocupação de Bowman é a inflação subjacente, que exclui itens voláteis como alimentos e energia. Ela enfatiza que esse indicador permanece acima da meta de 2% do Fed, confirmando, em sua visão, que o ajuste das políticas deve ser feito com prudência para não comprometer a estabilidade dos preços.