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Se alavancar em bitcoin ou investir em criptomoedas menores? Qual faz mais sentido?

Bitcoin, criptomoedas

O Bitcoin (BTC) foi disparado o ativo com o melhor desempenho da última década, superando de maneira significativa qualquer índice acionário ou commodities.

O cripto-ativo, inicialmente negociado por centavos no início da rede, passou por uma explosão de adoção nos últimos 12 anos, chegando a ser negociado a 69 mil dólares em sua alta mais recente.

Apesar do crescimento explosivo, o Bitcoin representa uma fatia muito pequena da economia global em termos de capitalização de mercado.

Em 2021, o Bitcoin alcançou a marca de 1 trilhão de dólares em capitalização, cerca de 10% do valor do ouro e 5% do dólar americano (medido pelo M2 Stock Money).

Em uma perspectiva global, o bitcoin compete com o mercado de moedas e reservas de valor.

Este é um setor avaliado em cerca de 200-500 trilhões de dólares, e conta com a participação de moedas fiduciárias (80 trilhões), ações (93 trilhões), setor imobiliário (30 trilhões), ouro (10 trilhões), títulos de dívida, obras de arte, colecionáveis e outros instrumentos utilizados para se preservar valor ao longo do tempo.

Em uma perspectiva de longo prazo otimista, o Bitcoin tem o potencial de capturar boa parte (ou talvez a maior parte) do mercado de reservas de valor e moedas.

Isto foi previsto já no nascimento do Bitcoin por Hal Finney, a primeira pessoa a realizar uma transação com o anônimo Satoshi Nakamoto.

“Como um experimento mental divertido, imagine que o Bitcoin é bem sucedido e se torna o sistema de pagamento dominante no mundo”, escreveu Finney na época.

“Então o valor total da moeda seria o equivalente ao total da riqueza do mundo.

Estimativas atuais variam de US$100 trilhões a US$300 trilhões. Com 20 milhões de moedas, isso dá um valor de cerca de US$10 milhões para cada moeda.”

Bitcoin está caro?

Apesar de ainda ser um ativo pequeno na economia mundial em relação ao seu potencial, e ser o único cripto-ativo a apresentar uma adoção institucional, muitos investidores ainda têm a ideia de que o bitcoin está “caro demais”.

Buscando por retornos ainda mais assimétricos que os proporcionados pelo BTC, muitos foram atrás de mais risco.

Essa ideia fez com que diversos investidores de varejo e sardinhas nos últimos anos se voltassem para cripto-ativos menores.

A mania dos ICOs (Ofertas Iniciais de Moedas) marcaram a primeira fase deste movimento, com milhares de ativos prometendo ser o “novo Bitcoin”.

Com o tempo e com a chegada do bear market, esta tese se mostrou altamente arriscada, uma vez que a grande maioria das altcoins (com raríssimas exceções) caíram mais de 90% e nunca mais voltaram aos patamares de 2017.

Leia mais: A maioria das altcoins não se recuperou de 2017, e o mesmo deve ocorrer novamente

Se o mesmo vai ocorrer após este atual ciclo de alta é difícil prever, mas é fato que a maioria das altcoins não possuem o mesmo efeito de rede do BTC, e as expectativas de aplicações das suas tecnologias costumam sempre ser hiperinfladas em momentos de euforia do mercado.

Alavancagem em bitcoin

Alavancar no mercado financeiro significa investir mais dinheiro do que você possui. Se você tem 10 mil reais investidores e se alavanca 10x, você terá 100 mil reais investidos. Este tipo de investimento ocorre através da tomada de crédito em instituições financeiras ou em plataformas que fornecem esse serviço tendo uma “margem” como garantia.

Por exemplo, um investidor alavancado 10x terá a sua margem em 10%, e um alavancado 2x terá uma margem de 50%. Caso o preço do ativo alavancado caia abaixo desse percentual em relação ao momento da compra, o investidor estará no prejuízo, podendo seu investimento chegar a zero a depender das condições da plataforma utilizada. Algumas permitem que o usuário adicione mais dinheiro para manter a operação em caso de queda abaixo da margem. 

Sempre que quedas acentuadas ocorrem no mercado, ouvimos notícias de que “X bilhões em bitcoin foram liquidados”. Trata-se de investidores alavancados que viram seu investimento virar pó de uma hora para outra em um flash crash.

Esta certamente é uma estratégia mais arriscada do que simplesmente comprar o bitcoin e o armazenar em uma carteira fria. Contudo, se feito da maneira correta, em momentos propícios e com planejamento de longo prazo, esta pode ser uma boa estratégia. Empréstimos de longo prazo com taxa de juros baixa e preferencialmente pré-fixadas realizados no início de uma bullrun trouxeram 100% das vezes retornos absurdos para os investidores.

Para se compreender isso é necessário ter em mente os ciclos de adoção do Bitcoin, que desde o início da rede ocorrem de 4 em 4 anos, sincronizados com um evento chamado halving, onde a taxa de emissão de moedas é cortada pela metade.

O nível de alavancagem e os riscos associados devem ser tomados individualmente levando em consideração fatores pessoais. Certamente alguém pensando em sua aposentadoria não deve se expor ao mesmo risco que um jovem solteiro que mora na casa dos pais.

Estabelecer indicadores técnicos para momento de entrada e manter liquidez em algum ativo menos volátil (dólar ou ouro) certamente são práticas indicadas para diminuir o risco. Por exemplo, um investidor pode estabelecer que sempre que o RSI cair abaixo de 30 ele pode realizar uma compra com a moeda mais estável em sua carteira. E sempre que o RSI subir acima de 90 ele realiza uma venda para rebalancear o portfólio, para que ele mantenha uma proporção mais ou menos semelhante, algo como 70% bitcoin, 30% dólar.

Qual sua opinião sobre a alavancagem em bitcoin? Deixe na seção de comentários abaixo.

Leia mais: Você será um mendigo em 10 anos se não entender isso

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