As stablecoins (moedas estáveis) certamente ganharam um papel importante no mercado de criptomoedas nos últimos anos. Dos 10 maiores criptoativos do mercado, 3 são stablecoins. Mas afinal, o que são estes ativos que estão mudando o sistema financeiro?
Stablecoins são criptoativos que rastreiam o preço de ativos estáveis, normalmente moedas fiduciarias, como dólar, euro, real. No entanto, algumas stablecoins são também lastreadas em outros ativos, como o ouro.
As stablecoins são emitidas por empresas e registradas em redes blockchain. Dessa forma, estes ativos podem ser negociados com as vantagens de maior privacidade, segurança, descentralização e redução de custos que as redes blockchain proporcionam.
Como surgiram as stablecoins?
A primeira stablecoin que se tem registro foi o Dólar Tether (USDT), que na sua criação, em 2014, se chamava Real Coin.
A ideia surgiu após a publicação de um white paper da Omni Foundation, que descrevia como a rede Bitcoin poderia ser utilizada para a emissão de novos ativos em redes de segunda camada.
Como consequência, os membros da Omni Foundation criaram a Tether Limited, empresa que emite a maior stablecoin do mercado. O USDT é atualmente o terceiro maior criptoativo, e acumula uma capitalização superior a US$ 65 bilhões.
Com o passar do tempo, visto a grande utilidade das stablecoins para o mercado cripto e também tradicional, várias empresas começaram a lançar suas próprias moedas estáveis. As maiores stablecoins do mercado atualmente são: USDT, USDC, BUSD e DAI, respectivamente.
Apesar do protagonismo de empresas do mercado cripto, até mesmo bancos tradicionais e governos lançaram ou estão estudando o lançamento de stablecoins para seus clientes.
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Como funcionam as stablecoins?
Empresas que emitem stablecoins operam de forma a manter sob gestão e custódia ativos financeiros que respaldam o valor dos ativos emitidos.
Por exemplo, como o USDT possui mais de US$ 65 bilhões em capitalização, espera-se que a Tether possua o equivalente em ativos sob sua posse. Caso contrário, o valor do USDT estará comprometido.
As stablecoins podem ou não serem lastreadas no ativo que estão rastreando o preço. A própria Tether não mantém os seus ativos em dólares americanos, mas em uma cesta de investimento diversificada, o que inclui títulos do governo americano e até bitcoin.
Há também as stablecoins algorítmicas, como é o caso do DAI, token do protocolo Maker DAO, construído sobre o Etheruem.
Para cunhar criptoativos no Maker DAO, basta depositar criptoativos hiper-colateralizados em um contrato inteligente, como BTC e ETH. Se o valor dos ativos cair abaixo do valor emitido, um novo depósito precisa ser feito.
Diferente do USDT, stablecoin do projeto Terra (LUNA) que colapsou em 2022, o DAI existe há alguns anos e vem sobrevivendo a dois mercados de baixa.
Importância para o mercado cripto
As stablecoins se tornaram parte fundamental do mercado de criptoativos. Elas funcionam como uma ponte entre o mercado cripto e tradicional, sendo muito utilizadas dentro das exchanges.
A maioria das corretoras de criptomoedas converte automaticamente os depósitos em moeda fiduciária em stable.
Devido a alta volatilidade do setor, stablecoins são bastante utilizadas em projetos DeFi e operações de alto valor, de modo a facilitar operações devido a sua estabilidade.
Importancia para a economia mundial
As stablecoins registradas em blockchain estão se mostrando cada vez mais importantes para a economia mundial.
As stables facilitam muito o envio de valores internacionalmente. Uma transação que poderia demorar dias e custar muito caro no sistema tradicional, pode ser feita literalmente em segundos ou minutos utilizando uma blockchain.
Várias economias subdesenvolvidas e com alta inflação também estão fazendo cada vez mais uso de stablecoins. A população de países como Argentina e Venezuela estão buscando se expor ao dólar americano através de stables, visto que elas são uma ótima opção de proteção contra a hiperinflação.
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Riscos e problemas do setor
Mesmo moedas estáveis não estão livres de riscos ou mesmo de volatilidade. O principal problema associado a stablecoins nos últimos anos tem sido a dificuldade de se averiguar as reservas dos emissores.
Mesmo empresas estabelecidas, como a Tether Limited, enfrentaram acusações de que não possuíam todos os ativos para lastrear o USDT.
Como resposta, a empresa realizou uma série de auditorias privadas para comprovar suas reservas. Mas ainda assim, é necessário confiar em terceiros para investir em stablecoisn, visto que são projetos centralizados.
Stablecoins algorítmicas, por outro lado, estão sujeitas a hacks, problemas de funcionamento ou fraude por parte dos criadores.