Donald Trump colocou a liberdade de expressão no centro de sua campanha para a presidência dos Estados Unidos.
Em seu discurso de aceitação na Convenção Nacional Republicana (RNC), o ex-presidente afirmou que, caso vença as eleições, assinará uma ordem executiva para impedir que funcionários federais restrinjam a liberdade de expressão.
“Vou demitir todos os burocratas federais envolvidos na censura doméstica sob o regime Kamala”, declarou Trump.
Além disso, o bilionário prometeu cortar o financiamento federal de escolas que promovem crítica racial ou ideologias de gênero, assuntos que ele considera inadequados para crianças. Essa postura não é novidade em sua trajetória política. Durante seu mandato, ele criou a Comissão 1776, com o objetivo de contrabalançar narrativas educacionais que apresentassem os fundadores dos EUA de forma negativa.
Conflito com as big tech e defesa de vozes conservadoras
Trump tem sido um crítico de longa data das grandes empresas de tecnologia, acusando plataformas como Facebook, X e Google de censurarem vozes conservadoras. Em 2021, por exemplo, ele chegou a processar essas empresas, alegando que estavam suprimindo injustamente a liberdade de expressão.
No entanto, suas ações geraram controvérsias. Afinal, durante sua gestão, o governo revogou proteções de direitos civis para estudantes LGBTQ+, o que fez com que críticos questionassem quais vozes ele realmente buscava proteger.
Os opositores de Trump também enxergam sua proposta de limitar discussões sobre raça e gênero nas escolas como uma restrição à liberdade de expressão. Contudo, segundo a equipe de campanha do candidato republicano, esses movimentos são uma tentativa de reverter o que chamam de “ideologia de gênero radical” promovida pelo governo atual. Inclusive, o ex-presidente dos EUA já afirmou que, caso seja eleito, revogará as regras atuais do Título IX, insistindo que os pais, e não o governo, devem decidir o que seus filhos aprendem nas escolas.
Disputa acirrada
A corrida eleitoral entre Trump e a atual vice-presidente Kamala Harris está apertada. De acordo com uma pesquisa do New York Times/Siena College, o republicano lidera a democrata por uma margem mínima de 48% a 47%.
Embora Trump tenha vantagem entre eleitores homens, com uma diferença de 17 pontos, Harris lidera entre mulheres com 11 pontos de frente, além de apresentar forte apoio entre eleitores mais jovens e suburbanos, importantes em estados decisivos como Pensilvânia e Wisconsin.