Segundo dados levantados pela investigação da Polícia Federal, os traders da Unick Forex perdiam mais do que lucravam, conforme reportagem do Portal do Bitcoin.
Era impossível a empresa pagar todos os clientes mesmo que os traders da Unick lucrassem em 100% nas operações.
A dívida da empresa era de bilhões de reais, já os ganhos com os traders era de poucos milhares.
O trader da Unick teria direito a 45% do valor total sobreposto ao saldo inicial, somado aos 15% da meta mensal, e o que restava era destinado a empresa.
Marcos Kronhardt, dono da MSK Soluções Financeira, era o principal trader da Unick Forex e o que mais faturava com bonificação.
Kronhardt conseguiu bonificações de até R$5 mil, o que era muito comparando com os outros traders que ganhavam R$3 mil.
Um dos traders expostos pela Polícia Federal, teve cerca de R$2 mil em despesas, já outro teve R$4 mil apenas em bonificação.
As planilhas de 2018 mostram com mais profundidade a situação dos traders da empresa. A planilha “controle de saldos Pepperstone”, de outubro, mostra o saldo das operações diárias.
De acordo com a conta #10, operada pelo trader “Ramires Rio”, ele fechou o mês de outubro no prejuízo, cerca de 49,50%, totalizando R$16.039 de prejuízo.
Contudo, na conta #09, o mesmo trader teve um ganho de 171,13%, somando R$30.459,30.
Mesmo que todos os traders tivessem lucro, com o capital que eles operavam, ainda assim, era impossível manter a rentabilidade fixa que a Unick Forex prometia aos seus clientes.
A corretora de forex australiana Pepperstone, no qual a Unick utilizava para operações, alertou que a promessa de rentabilidade de 3% ao dia poderia levar ao encerramento das negociações entre as duas empresas.
“O nosso tradutor de português mencionou que você tem anunciado a duplicação do capital em 6 meses, além de ganhar 1,5 a 3% diariamente? Infelizmente, isso vai contra nossas Diretrizes de marketing e pedimos que você adicione uma representação mais equilibrada de risco/recompensa quando se trata de anunciar seus serviços”, declaração de parte do e-mail de um dos diretores da Andrew para Leidimar Lopes.
Marcos Kronhardt era um dos parceiros de Leidimar na suposta organização criminosa. A disparidade de ganhos entre Marcos e os outros traders se explicava pelo fato de que além do Forex, Kronhardt operava com criptomoedas.
Segundo a Polícia Federal, “há indicativos de que a Unick, por meio de Marcos da Silva Kronhardt, operasse com volumes considerados baixos frente aos valores mencionados no decorrer da investigação”.