Se você acompanha o mercado de criptomoedas, já deve ter se deparado com as stablecoins, tokens cripto que são indexados ao valor das moedas fiduciárias, como dólar, euro ou reais. Neste texto você vai aprender o que é e como funciona a USD Coin (USDC), a segunda maior stable por capitalização de mercado.
O que é o USDC?
O USDC é uma stablecoin indexada ao dólar americano, atualmente a principal moeda de reserva e comércio mundial. O USDC é emitido pela Circle, uma instituição financeira regulamentada que opera dentro da jurisdição dos Estados Unidos.
A Circle recebeu aportes de grandes instituições financeiras do mercado tradicional, incluindo da BlackRock, a maior gestora de ativos financeiros do mundo. Além disso, a Circle também está considerando se tornar um “banco comercial de reserva completa”, o que traria vantagens competitivas e maior clareza regulatória para o token da empresa.
A BlackRock, que possui profundas relações com o mercado financeiro, também está sendo responsável pela custódia de parte dos ativos da instituição, conforme destaca Jeremy Allaire, CEO da Circle:
“Além de seu papel como gestora dos ativos primários das reservas da USDC, a BlackRock firmou uma parceria estratégica mais ampla com a Circle que inclui explorar as aplicações da USDC no mercado de capitais. Vamos atualizar a infraestrutura fundamental do mercado financeiro do modo como os dólares trabalham em mercados de capitais”.
O USDC tem como objetivo manter a sua paridade com o dólar americano. Dessa forma, os investidores e empresas podem se expor ao dólar através de uma rede blockchain, o que trás uma série de vantagens, como maior descentralização, menor vigilância financeira e maior acessibilidade e liquidez internacional.
O USDC é atualmente a principal alternativa ao Dólar Tether (USDT), primeira stablecoin bem sucedida e a maior por capitalização de mercado.
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Como funciona o USDC?
O USDC é emitido através da rede Ethereum (ETH) e outras blockchains, como Solana (SOL). Cada token é respaldado por ativos de reserva que são custodiados pela Circle.
É importante destacar que esta se trata de uma operação centralizada, visto que empresas são responsáveis por todo o processo. Por conta disso, o USDC não se assemelha a tokens, como bitcoin e ether, que são essencialmente descentralizados e não possuem um emissor.
O USDC foi lançado no mercado em 2018, e teve como principal narrativa a transparência de suas reservas. As reservas de stables sempre foram um assunto polêmico, especialmente após rumores negativos sobre os ativos que lastreiam o USDT.
A USDC é auditada mensalmente, o que traz maior confiança e transparência para a operação. A maior parte dos ativos da empresa está alocada em títulos de dívida do governo americano e em dólares.
Os títulos são papéis remunerados, e é dessa forma que a Circle mantém o seu modelo de negócios, com os juros dos seus ativos e com a valorização dos papéis em reserva.
Vantagens do USDC
A USDC trás uma série de vantagens para os seus investidores. Não à toa, o token é atualmente o quinto maior em capitalização de mercado e possui um valor superior a US$ 30 trilhões.
Para indivíduos e empresas, o USDC e outras stablecoins apresentam uma maneira simples, segura e líquida para se investir no dólar americano. Em especial, stables são bastante demandadas em países que possuem alta inflação, como é o caso de Argentina e Venezuela.
O USDC também é uma stable relativamente mais segura e transparente em relação a outras opções, como o USDT, visto que a empresa passa por auditorias constantes para comprovar suas reservas.
Desvantagens do USDC
Uma das desvantagens do USDC é sua indexação do dólar americano, que apesar de ser a maior moeda do mundo atualmente, ainda é um ativo inflacionário e que está em declínio, visto que diversos países estão buscando alternativas à moeda dos EUA.
Outro ponto de destaque é que boa parte das reservas do USDC estão atreladas a títulos de dívida do governo dos EUA. Atualmente o governo dos EUA possuem uma dívida superior a US$ 30 trilhões, e há um risco real de calote ou de alta inflação para arcar com os custos da dívida para os próximos anos, como destaca o economista Peter Schiff:
“Quando a Dívida Nacional atingir US$ 30 trilhões, se um aumento no IPC forçar as taxas de juros a subir para 10% (as taxas atingiram 20% em 1980), os juros sobre a dívida logo excederiam toda a arrecadação de impostos federais. Isso significa que um orçamento equilibrado exigiria que todos os outros gastos federais fossem eliminados!”
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É importante lembrar que o USDC perdeu em 2023 a sua paridade com o dólar americano após uma série de colapsos bancários nos EUA. No entanto, a indexação foi recuperada após o governo garantir as reservas do SVB.
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