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Web 3.0 vai mudar a forma como as empresas conversam com consumidores

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Descentralização. Esta é a palavra-chave que irá nortear as ações de comunicação das empresas com seus públicos na internet nos próximos anos. Embora ainda esteja em construção, a Web 3.0 já precisa estar no radar das empresas na opinião de Marcos Botelho, fundador e CEO do PIRA Digitals, marketplace brasileiro de ativos digitais em blockchain.

Segundo Botelho, na Web 3.0 a internet será muito mais pulverizada do que é hoje. “Ao invés das pessoas consumirem conteúdo de graça do Google e Facebook, por exemplo, e essas plataformas se remunerarem com seus dados, os indivíduos é que vão vender seus dados para quem quiser saber como é sua navegação ou o que elas consomem. A Web 3.0 vai devolver o poder para o usuário, ou seja, ele vai monetizar seus dados, informações, o que desejar”, sentencia.

O empresário afirma que com a tecnologia blockchain, as pessoas podem trazer, além de tudo o que existe na internet hoje, ativos digitais lastreados nela porque a blockchain é, por natureza, um organismo descentralizado. Entre os ativos que poderão ser negociados e utilizados para monetização dos dados estão as criptomoedas, os avatares e os NFTs. “E para movimentar tudo isso, será necessária a criação de comunidades, por exemplo, de colegas de trabalho ou de profissão, relacionadas aos seus hobbies, viagens e elas vão se autogerir porque toda essa tecnologia tem um senso de horizontalidade muito forte”, aponta.

De acordo com Botelho, as gerações Z e Alfa são nativas digitais que estão acostumadas desde criança, por conta dos games, a transacionar digitalmente e achar essa prática corriqueira. “Esse público, daqui a oito anos, vai corresponder a metade dos consumidores em todo o mundo. Uma marca que ainda não esteja preparada para conversar com esse público tem prazo de validade para morrer, ou seja, apenas 50% de todos os consumidores globais ainda vão estar falando a sua língua”, projeta.

As desenvolvedoras de jogos em qualquer plataforma, seja mobile, computador ou console de videogame já começaram a migrar seu conteúdo para a blockchain, trazendo a mecânica e o raciocínio de dar valor aos itens disponibilizados, como a moedinha, o avatar, a skin e podendo transacioná-los por meio de ativos digitais. “A principal diferença em relação ao modelo atual é que o jogador, ao criar sua conta, também deverá abrir uma carteira digital na qual poderá transacionar itens tanto dentro quanto fora do jogo”, detalha Botelho.

Jornada Web 3.0

O PIRA Digitals foi criado em 2021 inicialmente apenas como um marketplace de ativos digitais em blockchain tendo como principal item comercializado o NFT (non fungible token) ou Token não fungível. Por meio da plataforma, qualquer usuário pode criar um NFT e vendê-lo utilizando como padrão monetário o Ether, criptomoeda ligada à rede Etherium.

Agora a empresa vem trabalhando em projetos para migrar as empresas da Web 2.0 no que chama de Jornada Web 3.0. “Existem empresas praticamente centenárias que começam a reposicionar inclusive sua linha de produtos que, no médio prazo, não serão mais utilizados pelas gerações Z e alfa, como lápis, caneta, isqueiro e outros itens do gênero”, exemplifica.

Na opinião de Marcos Botelho, a empresa que não renovar seu público tem prazo de validade determinado. Ele cita até artistas plásticos que começam aderir à novidade. “Um artista pode pintar um quadro e criar um NFT que corresponde àquele quadro. Essa obra pode não só ser disponibilizada fisicamente como também na forma digital. E para evitar que o quadro digital seja copiado e vendido, o NFT vai funcionar como um certificado de autenticidade, ou seja, o comprador sabe qual é o original no NFT por conta de ele estar na blockchain e pelo princípio da anterioridade, pois é o artista quem sobe as informações. É nesse processo que se dá valor à obra”, pontua.

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