Juca Andrade, vice-presidente de Produtos e Clientes da Bolsa de Valores do Brasil, B3, revelou em entrevista ao jornal Valor, que novos produtos serão lançados com foco no varejo para atrair investidores de Bitcoin.
Segundo ele, o investidor brasileiro atualmente está mais interessado em novas formas de rentabilidade.
“Existe um potencial para os investidores locais porque com o juro mais baixo a rentabilidade muda”, declarou.
Para Andrade, o CDI alto não motiva a população a investir. “São 6,5 milhões de investidores ampliando em algum instrumento que não é poupança”, afirmou.
Por isso, o foco da B3 será o lançamento de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) – ativos de empresas no exterior, que podem ser adquiridos por investidores brasileiros –, permitindo que estes possam comprar ações da Apple, Facebook e até de empresas brasileiras como XP, Stone e PagSeguro (listadas em Nova York).
Contudo, Andrade aponta que hoje o BDR “é apenas para investidor qualificado com investimentos acima de R$ 1 milhão”. Por isso, a B3 está debatendo estratégias de inclusão de BDRs para o varejo junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“O investidor brasileiro está em bitcoin mas não pode investir em BDR de Apple por exemplo”, apontou.
De acordo com o vice-presidente, investidores jovens teriam preferência por este tipo de investimento, assim como têm por bitcoin.
Conforme reportou o Criptonizando no mês passado, o Ibovespa (IBOV), principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, já pode ser negociado com Bitcoin.