A Justiça Federal determinou que dinheiro apreendido da suposta pirâmide financeira TelexFree, ficará com o governo, de acordo com reportagem do Cointelegraph.
A decisão é da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória/ES, na Ação Penal nº000273-28.2014.4.02.5001.
Todo o dinheiro e bens apreendido não serão utilizados para ressarcir os clientes da TelexFree que foram lesados pelo golpe.
Embora o esquema tenha aplicado um golpe milionário no Brasil, a justiça decidiu que os crimes cometidos pelos sócios da TelexFree atingiram o sistema financeiro nacional.
Sendo assim, os valores deve ser utilizados para ressarcir multas e encargos do governo.
Na decisão judicial foi decretado o perdimento de todos os bens adquiridos pela TelexFree, como apartamento, salas comerciais, terrenos e um hotel, bem como os valores em reais, dólares e veículos, pois são considerados de origem ilícita.
A decisão frustrou os clientes lesados da TelexFree que ainda tinham esperanças de reaver parte dos investimentos.
Sobre a TelexFree
A empresa comandada pela Ympactus Comercial S/A foi uma pirâmide financeira que atuou no Brasil entre 2013 e 2014. A TelexFree vendia pacotes de telefonia móvel.
O interessado a entrar no sistema de venda direta remunerada, teria que pagar uma taxa de adesão de US$50 para se tornar um divulgador.
A TelexFree prometia rentabilidade alta e foi alvo da “Operação Orion” da Polícia Federal que foi desmembrada ainda em 2014.
Os dois chefões da empresa, Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler foram condenados a mais de 12 anos de prisão.
A condenação foi conquistada pelo Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES), e a Justiça determinou o pagamento de 512 dias de multa para Carlos Costa, no valor diário de R$2mil, totalizando R$1,02 milhão.
Enquanto que para Carlos Wanzeler, o valor da multa diária é de R$3 mil, ultrapassando R$1,53 milhão no total. Os sócios foram presos em 17 de dezembro do ano passado, pela Polícia Federal.
O mesmo pode acontecer com a Unick e a Indeal
A decisão judicial contra a TelexFree de golpe contra o sistema financeiro pode acontecer também com a Unick e a Indeal.
Já que a justiça, no início do ano, decidiu que nenhum dos valores apreendidos na Operação Lamanai contra a Unick será utilizado para pagar os clientes da empresa.
Tanto a Unick quanto a Indeal foram alvos de operações da Polícia Federal e ambas tiveram dinheiro e bens apreendidos.
A Associação dos Investidores em Criptoativos (ASSIC) busca meios judiciais para que os clientes consigam reaver os valores investidos através de títulos executivos.