A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) junto ao Ministério Público, está monitorando influenciadores em finanças na internet.
Os órgãos estão investigando, com dados colhidos nas redes sociais, práticas que vão de possíveis crimes de manipulação de preços até exercício irregular da atividade de análise de ações por parte de algumas pessoas.
De acordo com Marcelo Trindade, advogado e ex-presidente da CVM, ambas as entidades estão analisando casos de “pessoas que usam de sua posição junto à audiência para práticas não permitidas”, como as citadas anteriormente, disse ao Estadão.
“A gente pode não ter visto ainda nenhum caso muito rumoroso”, afirma. “Mas está acontecendo.”
Não são raros os casos que vêm à mídia sobre manipulações descobertas e multadas pela CVM.
No início do mês, o Criptonizando noticiou o caso de um trader multado em R$ 400 mil por manipular preços do mercado 1.726 vezes.
Um exemplo de manipulação de preço se dá quando um influenciador recomenda a compra e a venda de determinada ação com o objetivo de lucro próprio com a operação.
Mas essa não é a única maneira. No caso mencionado, o trader inseriu ordens artificiais de compra e venda no livro de ofertas, influenciando outros investidores por meio de pressão sobre a formação de preços, por meio de uma prática chamada de spoofing.
Bernardo Pascowitch, dono do buscador de investimento Yubb, afirma que “existe muita coisa boa” em termos de recomendações de finanças.
Contudo, ressalta que “agora também existe muita coisa duvidosa, com gente que faz recomendação de ações sem credencial para isso”.
No caso da jornalista e CEO do maior canal de finanças pessoais do mundo no Youtube, Nathalia Arcuri, do Me Poupe!, a influenciadora afirma:
“As pessoas querem recomendações de investimentos, mas eu sempre tomei cuidado para falar de educação financeira, que é outra coisa.”