Dados divulgados nesta terça-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no 2° trimestre de 2020, o Brasil teve seu pior desempenho econômico desde 1996, quando a métrica foi criada.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país sofreu uma queda histórica de 9,7% no 2° trimestre na comparação com os três primeiros meses do ano, devido ao impacto causado pela pandemia do novo coronavírus.
A maior decadência registrada antes disso, ocorreu no 4° trimestre de 2008, quando o PIB registrou –3,9%.
Para completar, a queda foi ainda maior em relação ao 2º trimestre de 2019, registrando um tombo de 11,4%.
O resultado atual revela oficialmente uma recessão técnica no Brasil, definida por dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade.
Isso porque, no 1° trimestre do ano, o país já havia registrado uma queda de 2,5% ante leitura anterior de recuo de 1,5%.
“Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996”, escreveu o IBGE em comunicado oficial.
Com esse resultado, o PIB ficou no mesmo patamar do final de 2009, auge dos impactos da crise global provocada pela onda de quebras na economia americana, de acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Roque Palis.
Embora o desempenho não seja positivo, este já era esperado. Uma pesquisa da Reuters mostrou expectativas de quedas de 9,4% no PIB no segundo trimestre de 2020 em relação aos três meses anteriores, e de 10,7% sobre um ano antes.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Entre os segmentos, a maior queda foi na Indústria de Transformação (-17,5%), Investimentos (-15,4%), Consumo das Famílias (12,5%), Indústria (-12,3%) e seguida por serviços (-9,7%). A agropecuária teve alta de 0,4%.
“Somados, indústria e serviços representam 95% do PIB nacional”, destacou o IBGE.