O banco global britânico HSBC anunciou, na manhã desta terça-feira (06), o que chamou de “a primeira plataforma global, descentralizada e digital do comércio de finanças usando a tecnologia Blockchain”.
O anúncio publicado no perfil do banco no Twitter gerou forte comoção, principalmente entre os entusiastas de criptomoedas na rede social, que criticaram a declaração do HSBC, argumentando que essa não é, nem de longe, a “primeira” plataforma do tipo, e questionando sua natureza descentralizada.
“Vocês são um banco. Uma instituição financeira centralizada que é funcionária em uma federação de outras organizações similares (bancos) funcionando numa rede distribuída que a federação controla coletivamente. Isso não é descentralizado”, disse um usuário.
Enquanto isso, outra pessoa acrescentou que a plataforma é “propriedade de oito bancos acionistas – Bangkok Bank, BNP Paribas, CTBC, HSBC, ING, Standard Chartered, SEB e Citi”.
CEO da Binance responde
Quem não ficou de fora da polêmica foi Changpeng ‘CZ’ Zhao, CEO da Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo – que inclusive é baseada em blockchain.
Em tom de piada, CZ replicou com um vídeo onde um homem gesticula como se não pudesse ouvir o que foi dito. Basicamente um irônico “o quê? Como assim?”, veja:
https://t.co/98xuTU9OpG pic.twitter.com/oTw2NrIPnu
— CZ Binance (@cz_binance) October 6, 2020
Lavagem de dinheiro
Alguns usuários até aproveitaram a situação para questionar o HSBC sobre a recente exposição massiva dos documentos FinCEN sobre lavagem de dinheiro permitida por este e outros bancos ao redor do mundo.
“Ok, explique isso”, disse um seguidor.
Yeah okay, please explain… https://t.co/zAOptua1ci
— ITS THE NEW KID ON THE BLOCK #BiTCOIN🚀🌄🚀 (@Hermes10wisdom) October 6, 2020
Plataforma Contour
Denominada Contour, a plataforma baseada em blockchain do HSBC, foi criada em parceria com a R3 Corda Labs.
Segundo o comunicado, o projeto “passou por um extenso período de testes por mais de 80 bancos e empresas, com testes em 17 países e transações abrangendo commodities, petroquímica, energia, metais, produtos de varejo e têxteis, antes de entrar em beta comercial como uma entidade jurídica independente no início deste ano.”