O Ministro da Economia, Paulo Guedes, acusou a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) de manipular a imprensa contra o imposto digital.
Para o ministro, os bancos já cobram uma “CPMF”, um novo imposto sobre as transações financeiras e pagamentos eletrônicos que Guedes quer implementar.
Guedes diz que as instituições financeiras são contra esse imposto porque “querem beber água onde os bancos bebem”.
De acordo com o ministro, em um seminário organizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a Febraban faz isso em benefício próprio. Segundo ele, a instituição ganha dinheiro vendendo consultoria contra o imposto.
“Os bancos já cobram uma CPMF hoje. A Febraban é a que mais subsidia e paga todos os economistas brasileiros para dar consultoria contra esse imposto, mas a Febraban está fazendo isso porque querem beber água onde os bancos bebem”, afirma Guedes.
O ministro diz ainda que as taxas cobradas para transferências como o TED, são “dez vezes” maiores que a alíquota do imposto que ele quer propor.
A criação da nova CPMF, cobraria imposto sobre as transações digitais, inclusive para o bitcoin (BTC) e outras criptomoedas comprados em exchanges.
Guedes vem defendendo essa tributação sobre criar uma fonte de receita para desonerar a folha de pagamentos de todos os setores da economia.
O ministro também pretende criar um imposto sobre dividendos, pois “não é razoável nem socialmente justo que alguém que vive de capital pague zero Imposto de Renda”.
Conforme reportou o Globo, o governo estuda usar o novo imposto para reduzir a contribuição patronal ao INSS, como forma de incentivar empregos.
O ministro rejeita a comparação da criação deste imposto sobre transações eletrônicas com a antiga CPMF.
“Esse imposto não passa nem pelos bancos. Ele transcende, é por uma infovia digital”, disse Guedes.
Segundo o ministro, “da mesma forma que você paga um pedágio para trafegar numa rodovia, se tiver usando uma infovia digital que o governo fez, disponibilizou grátis para todos os brasileiros, ele pode cobrar um pequeno imposto pelo trânsito, pelo tráfego de informação que passa aí”.