Para Glauco Cavalcanti, o fundador e CEO da BLP Asset, as criptomoedas serão ainda mais transformadoras que a internet.
Fundada em 2010, a gestora brasileira BLP Asset é dona de alguns dos maiores fundos de criptomoedas do país – e do mais rentável no mês de novembro, o Genesis Block Fund, com alta de 46,02%.
Em artigo para a Exame, Cavalcanti conta como conheceu a tecnologia blockchain e o Bitcoin, e fala sobre o futuro dos criptoativos. Confira os destaques:
Embora tenha ouvido falar sobre o bitcoin e a blockchain pela primeira vez em 2015, só em 2017 o executivo se interessou pelo assunto “complexo e quase sempre ligado a teses libertárias ou atividades ilícitas”.
“Se o FBI pode vender, eu posso comprar”
A má fama do setor manteve Cavalcanti longe dos criptoativos por um tempo, até que seus atuais sócios o incentivaram a estudar sobre.
“Foi nesse momento que eu descobri que um dos grandes detentores de bitcoin do mundo, por um tempo, foi o FBI. Sim, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos, que prendeu alguns contraventores digitais (como os criadores do site da deep web Silk Road) e confiscou seus bitcoins”, conta o CEO da BLP Assets.
Cavalcanti descobriu ainda que, quem comprou grande parte dos bitcoins leiloados pelo FBI foi o famoso investidor Tim Draper.
“Então eu pensei: se o FBI pode vender, então eu posso comprar”, diz. “Neste mesmo dia, comprei meus primeiros bitcoins.”
Primeiro fundo de criptoativos do Brasil
O executivo acrescenta que, neste mesmo dia, surgiu a ideia da criação do primeiro fundo de criptoativos do Brasil.
“Chamei os dois amigos e falei que iríamos montar o primeiro fundo de criptoativos (não só bitcoin) do Brasil na BLP e assim fizemos”, explica.
Perspectivas para 2021
O CEO da BLP lista nove pontos revelantes para o futuro do setor de criptomoedas:
Condições econômicas; avanço da regulação e das tecnologias envolvidas; projetos DeFi e dApps; consolidação de exchanges e empresas de custódia de ativos digitais; adoção de criptomoedas por gigantes de tecnologia como o Paypal; ETFs de criptomoedas; e investimento institucional.
Comparação das criptomoedas com a internet
Segundo Cavalcanti, “esta é a Internet 3.0 surgindo e compreender esse fenômeno é bem mais complicado do que foi compreender a Internet 1.0 ou 2.0”.
“As coisas demoram para serem refletidas no preço dos ativos. Compreender a mudança que vem por aí é bem mais difícil desta vez, e a mudança será bem maior agora”, afirma.
Para ele, “além da desintermediação e ganhos de produtividade que a Internet trouxe, os ativos digitais aprofundarão ainda mais esses temas, mas adicionarão, principalmente, mudanças dos conceitos sobre propriedade, representatividade, segurança, transparência, política e governança, de forma nunca antes vistas”, afirma.