O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos vem sancionando o Tornado Cash, uma ferramenta de mixagem de moeda nativo da rede Ethereum (ETH). O Tornado é utilizado para anonimizar moedas, promovendo assim mais privacidade para os usuários.
A sanção foi motivada pelo uso da ferramenta por grupos criminosos. Como consequência, desenvolvedores da ferramenta vem sendo punidos por colaborar com uma ferramenta utilizada para lavagem de dinheiro, como foi o caso de Alexey Pertsev.
No entanto, um Tribunal Federal dos Estados julgou o caso a favor do Tornado Cash e de seus desenvolvedores. O juíz Don Willett destacou que a ferramenta não pode ser bloqueada ou sancionada por ser de propriedade de nenhum grupo específico:
“Talvez o Congresso atualize (a lei), promulgada durante a Administração Carter, para atingir tecnologias modernas como software de mistura de criptomoedas. Até então, consideramos que os contratos inteligentes imutáveis do Tornado Cash não são ‘propriedade’ de um cidadão ou entidade estrangeira, o que significa que não podem ser bloqueados.”
De fato, o Tornado Cash é uma ferramenta descentralizada operada de forma autônoma por meio da rede Ethereum. De fato, o Tornado Cash segue operando mesmo com as sanções.
Disparada do TORN
Como consequência desta decisão, o preço do TORN, token nativo do Tornado Cash, disparou cerca de 400%, como pode ser visto na imagem abaixo:
Paul Grewal, diretor jurídico da Coinbase, comentou sobre o caso, solicitando que protocolos descentralizados sejam removidos da lista de sanções:
“Esses contratos inteligentes devem agora ser removidos da lista de sanções, e cidadãos dos EUA poderão novamente usar esse protocolo de proteção de privacidade. Em outras palavras, o excesso do governo não vai se sustentar.”
“Ninguém quer que criminosos usem protocolos de criptografia, mas bloquear totalmente a tecnologia de código aberto porque uma pequena parcela de usuários são maus atores não é o que o Congresso autorizou”.