Desde seu anúncio em junho do ano passado, o projeto Libra se deparou com diversos obstáculos no caminho, abrindo espaço para a ascensão de uma rival que já conta com 75 membros, incluindo apoiadores da própria Libra.
Na terça-feira (05), o projeto da Celo, concorrente descentralizado da moeda digital proposta por Mark Zuckerberg, anunciou o aumento de 50% no número de membros em sua aliança desde a primeira divulgação em 11 de março.
Logo de cara, quem não perdeu tempo e embarcou no novo projeto foram os fundos de risco Andreessen Horowitz e Coinbase Ventures, braço da popular exchange Coinbase, ao lado da empresa de soluções de custódia Anchorage e da agência internacional humanitária Mercy Corps, todos apoiadores da Libra.
Companhias muito conhecidas dos criptoentusiastas brasileiros, como a plataforma de finanças peer-to-peer Paxful e a carteira de bitcoins brasileira Bitfy, também fazem parte da aliança da Celo.
A equipe declarou estar “entusiasmada” com o crescimento do número de membros do projeto “com organizações comprometidas em criar prosperidade, especialmente na África e na América Latina”, destacou.
Celo x Libra
O projeto Celo, hoje com 75 membros, é uma plataforma de contratos inteligentes baseado na Ethereum que usa o algoritmo de consenso proof-of-stake e alimentado pelo token Celo Gold (cGLD).
É descrito como um protocolo aberto, criptografado e distribuído, criado para interagir com uma família de criptomoedas, incluindo as lastreadas a moedas fiduciárias como o dólar estadunidense.
No início do ano, Chuck Kimble, chefe de Parcerias Estratégicas da Celo, disse que havia uma similaridade com a Libra:
“Ambos queremos ajudar a criar prosperidade, mas creio que existem muitas diferenças. O nosso projeto é um coletivo completamente descentralizado de empresas com missões alinhadas. Não existe um órgão central e governante para determinar como Celo irá evoluir, e as pessoas serão capazes de votar sobre a evolução do projeto”, declarou.
Contudo, no mês passado a Associação Libra anunciou o abandono do plano original da criptomoeda do Facebook, e o projeto foi redesenhado devido à pressão regulatória pelo medo do potencial da stablecoin.
Agora, a Libra será vinculada a moedas nacionais individuais e supervisionada por autoridades globais, de acordo com o comunicado.
“Estamos mantendo a arquitetura de uma Libra de múltiplas moedas, mas fundamentalmente diferente e simplificada em relação ao plano original”