As fronteiras internacionais da Argentina foram temporariamente fechadas durante um ataque exigindo à agência de imigração do país mais de R$ 21 milhões em Bitcoin (BTC).
De acordo com o site Bleeping Computer, a agência de crimes cibernéticos da Argentina percebeu o ataque de ransomware exigindo resgate em Bitcoin em 27 de agosto.
Sistemas de computador das autoridades da fronteira, incluindo aplicativos da Microsoft e pastas compartilhadas, foram atingidos por um vírus não identificado durante a madrugada.
Neste ponto, postos de controle e escritórios de imigração solicitaram suporte técnico e ficaram fora de serviço por quatro horas após desligarem rapidamente os servidores centrais.
A medida foi tomada para evitar que a ameaça se propagasse para outros sistemas.
Com o ataque, as travessias de fronteira foram temporariamente interrompidas.
O Sistema Compreensivo de Captura de Migrações (SICaM) que opera em travessias internacionais foi particularmente afetado, o que causou atrasos na entrada e saída para o território nacional”, afirmou a DNM.
Segundo a matéria, esta pode ser a primeira vez que um ataque cibernético a uma agência federal interrompeu efetivamente as operações globais de uma nação.
Resgate em Bitcoin
Os hackers responsáveis pela invasão enviaram à Agência de Imigração da Argentina uma mensagem levando a uma página da rede Tor, exigindo US$ 2 milhões (R$10.6 milhões) em BTC para liberar os arquivos.
No entanto, o valor não foi pago e o preço subiu para US$ 4 milhões (R$ 21 milhões), cerca de 355 BTC na época – sem sucesso.
O malware foi posteriormente identificado pelas autoridades como NetWalker, famoso pelo seu poder de ataque e por ser usado em invasões que exigem resgates em criptomoedas.
Os funcionários disseram ao site Infobae que “não negociarão com hackers e nem estão muito preocupados em obter esses dados de volta”.
Em julho, uma das maiores empresas de telecomunicações da Argentina foi atingida por um ataque de ransomware que também exigia pagamento em Bitcoin.