Um grupo de deputados espanhóis do Partido Socialita apresentou uma proposta que visa acelerar a implementação do euro digital. A ideia, apresentada em 8 de junho, pede a criação de um grupo para estudar a implantação de uma moeda digital na Zona do Euro e visa, dentre outras coisas, frear a adoção do Bitcoin e das criptomoedas.
Este grupo de estudos, se criado, seria auxiliado pelo Banco da Espanha. No entanto, a emissão de um euro digital ainda está em estudo pelo Banco Central Europeu (BCE).
A proposta menciona quatro motivos para o avanço desta pesquisa. Primeiro, os avanços nas técnicas de digitalização tornaram possíveis essas novas formas de pagamento.
Em segundo lugar, o estabelecimento de uma CBDC (Moeda Digital de Banco Central) desaceleraria o uso do Bitcoin e das criptomoedas e outros métodos de pagamento separados do sistema bancário.
Outro motivo mencionado diz respeito à inclusão financeira. A proposta afirma que o euro digital melhoraria essa questão, com a penetração dos smartphones ajudando a população a adquirir produtos financeiros diretamente. O quarto motivo menciona o desaparecimento do papel moeda por conta de preocupações sanitárias.
CBDCs não são criptomoedas
Apesar da narrativa criada para se tentar equiparar o Bitcoin e as demais criptomoedas com as moedas digitais emitidas dos bancos centrais, isso não poderia estar mais distante da realidade.
Todas as características que tornam o Bitcoin um ativo altamente valioso e útil, o verdadeiro ouro do século XXI, inexistem dentro das CBDCs, pelo contrário, os seus incentivos são opostos ao das criptomoedas.
Um dos princípios fundamentais das redes descentralizadas é que nenhuma pessoa ou instituição tem mais poder do que outra, todas são iguais perante as regras do jogo. Sempre vão existir 21 milhões de bitcoins, e nenhum banco central ou político poderá mudar isso.
Por outro lado, as CBDCs irão dar ainda mais poder e controle sobre o sistema financeiro para governos e instituições centralizadas. A criação desses experimentos financeiros totalitários só reforçará ainda mais a necessidade de um dinheiro fora do estado.
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