Na terça-feira, a empresa de pagamentos de criptomoedas Circle anunciou uma rodada de financiamento de US$ 400 milhões liderada pela empresa de gerenciamento de ativos BlackRock, com investimentos adicionais da Fidelity Management and Research, Marshall Wace LLP e Fin Capital.
Como parte do acordo, a BlackRock se tornará “um gerente de ativos primário das reservas de caixa do USDC” – a moeda fiduciária que apoia a stablecoin USDC emitida pela Circle.
No mês passado, a empresa disse que contaria com o Bank of New York Mellon para ser o principal custodiante das reservas do USDC.
O CEO da Circle, Jeremy Allaire, não comentou como a custódia será dividida entre BlackRock, BNY Mellon e outros, mas disse à Forbes que a Circle “explora maneiras de aplicar o USDC nos mercados de capitais tradicionais”.
A Circle – que está avaliada em US$ 9 bilhões e em fevereiro anunciou seus planos de abrir o capital – projetou US$ 438 milhões em receita de reservas de stablecoins para este ano e US$ 2,2 bilhões em 2023.
De acordo com dados do CoinMarketCap, o USDC é a segunda maior stablecoin com uma oferta circulante de 50,6 bilhões em comparação com os 82,6 bilhões do Tether.
Mas o acordo de financiamento da Circle, as parcerias com instituições financeiras tradicionais e os esforços de conformidade regulatória podem colocá-la no caminho certo para ultrapassar a Tether, que teve uma vantagem de três anos.
De fato, a Circle controla muito mais dinheiro do que a Tether, que em 31 de dezembro detinha apenas US$ 4,2 bilhões de seusentão US$ 78,7 bilhões em reservas em dólares americanos. Grande parte desses ativos estão investidos em tokens, títulos e dívidas de empresas de curto prazo conhecidas como papel comercial.
O problema dessa estratégia, de acordo com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, é que esses ativos são altamente líquidos até que uma crise ocorra, o que significa que uma corrida nos resgates de stablecoin pode levar o USDT a perder sua paridade.
Enquanto o CTO da Tether, Paolo Ardoino, disse na quarta-feira que sua empresa está comprometida em reduzir a porcentagem de reservas mantidas em papel comercial (que atualmente é de 30%), a Circle está muito mais adiantada nesse esforço, que atende aos reguladores e instituições bancárias que desejam garantir aos investidores que as stablecoins atreladas ao dólar são realmente lastreadas em dólares.
Em agosto de 2021, a Circle disse que colocaria todas as reservas em dinheiro e títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo.
Um relatório de outubro de 2021 atestou que todos os seus ativos foram alocados em caixa e “equivalentes a caixa”, que se referem a “investimentos de alta liquidez” com vencimento em 90 dias após a compra.
Atualmente, a BlackRock possui cerca de US$ 360 mil em bitcoin devido a operações com o criptoativo no mercado futuro, segundo dados do site Bitcoin Treasuries.
No entanto, o valor representa uma pequena quantia dos trilhões sob gestão da empresa, que tem forte participação no mercado financeiro tradicional.
O bitcoin é negociado hoje em cerca de US$ 39 mil, com queda de 3,18% nas últimas 24 horas.
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