Pesquisador da USP compara atual queda das criptomoedas com crash bancário de 1891 no Brasil

Matheus Cangussu, pesquisador da USP e advogado formado pela instituição, foi convidado para participar do podcast LabHACKER. O programa promovido pela Câmara dos Deputados recebeu Cangussu no episódio de nome: “Os bitcoins de Ruy Barbosa.”

O advogado e pesquisador sobre o direito nas relações monetárias da Faculdade do Largo São Francisco, fez uma correlação interessante no programa. Matheus assemelhou a atual crise das criptomoedas com o crash bancário ocorrido no Brasil em 1981.

Na época desse episódio histórico, o Ministro da Fazendo do Brasil era Ruy Barbosa, e Marechal Deodoro o presidente. Em 1891 não existia um banco central para controlar a emissão de moeda no país.

Para complementar, os bancos não possuíam qualquer tipo de entidade reguladora. Nesse período ocorreu no país uma queda generalizada dessas instituições, levando a um cenário de caos na economia no Brasil.

Bancos especulativos aos montes em 1891

A emissão de moedas pelos bancos no século XIX era livre, conforme Matheus comentou no podcast. Apesar de já existir um Tesouro Nacional na época, a falta de um banco central impossibilitava a fiscalização.

Mesmo hoje em dia, os bancos conseguem emitir moedas no sistema de reserva fracionária, mas na época abordada, a situação era exagerada. Vários bancos de fachada eram criados por empresários, para assim emitir moedas facilmente por meio dessas instituições.

Nisso, dentro de poucos anos, a base monetária nacional cresceu 300% no período. Por não possuírem lastro para suas operações, os bancos continuavam a buscar espaço no mercado.

Porém, os bancos que não tinham lastro passaram a quebrar, com a população passando a se preocupar com a qualidade das moedas emitidas pelas empresas financeiras.

Esse foi o primeiro passo para todo o sistema financeiro começar a sentir e, até bancos idôneos perceberem os efeitos da quebra das instituições especulativas.

Pesquisador fala das similaridades da crise das criptos com a dos bancos de 1891

Apesar das diferenças dos tipos de mercado e do período histórico, segundo Matheus Cangussu, é possível ver as similaridades entre ambas as crises, a dos bancos e das criptomoedas.

Também, com a queda de algumas criptos, como no caso de Terra (LUNA) e seu ecossistema, criou-se um efeito em cadeia que acertou em cheio as empresas ruins do setor cripto.

Além disso, com a queda dos projetos ruins, se percebeu que as empresas fortes do mercado de criptomoedas se contaminaram pela queda dos primeiros, ficando igualmente abalados.

Resumindo a história, tanto na época dos bancos ruins, quanto nos projetos de cripto, as empresas saudáveis e concretas foram atingidas de igual maneira, sentido o impacto da desconfiança do mercado.

No caso do crash de 1891, as consequências geraram medidas de atuação, sendo estas citadas na criação da constituição de 1891, que contou com a importante participação de Ruy Barbosa em sua redação. E no mercado cripto, a queda da stablecoin UST levou a um efeito similar ao ocorrido no Brasil à época.

Segundo o Cangussu, em ambas, a desconfiança das pessoas com os mercados se alastrou, resultando nessa relação. Com a atual crise das criptomoedas, países já se movimentam para regular o setor.

Abaixo você tem acesso ao podcast LabHACKER com a presença de Matheus Cangussu:

Entrevista com o pesquisador da USP Matheus Cangussu no YouTube

E você, acha que existem similaridades entre os dois acontecimentos? Deixe sua opinião abaixo.

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Disclaimer
As informações contidas neste artigo são de caráter informativo e refletem a opinião do autor. Não constituem aconselhamento financeiro, jurídico ou de investimento. O mercado de criptomoedas é volátil e envolve riscos. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão.

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