Uma pesquisa com análise empírica foi realizada pelo ACK-J, cypherpunk, desenvolvedor e entusiasta da comunidade Monero (XRM). Tal pesquisa durou nove meses e teve como objetivo validar a segurança das Ring Signatures (Assinaturas em Anéis) da criptomoeda.
Intitulada por “Lord of the Rings: An Empirical Analysis of Monero’s Ring Signature Resilience to Artificially Intelligent Attacks”, que em português significa “Senhor dos Anéis: Uma Análise Empírica da Resiliência da Assinatura em Anel do Monero a Ataques Artificialmente Inteligentes”, a pesquisa contou com a parceria da MAGIC Grants e o MAGIC Monero Fund.
Quais foram os resultados dessa pesquisa?
Segundo o ACK-J, foi possível identificar através da pesquisa, com uma precisão de 13,3%, qual a melhor e mais correta opção de origem para uma transação de XMR. Isso, sobretudo, usando as ring signatures de 11 membros.
A nível de conhecimento, uma Ring Signature de 11 membros considera a precisão de acerto sobre o output do remetente, acertando uma em cada 11 tentativas.
Assim, considerando que existe 4,3% de chance de acerto ou de quebra de privacidade, uma pessoa poderia acertar quem foi o seu remetente 1,46 vezes a cada 11 tentativas. Ou seja, existe uma melhora nas chances de acerto, mas ainda apresenta uma chance mínima de quebra de privacidade.
Ainda foi explicado que o trabalho foi realizado em uma rede privada com ambiente de testes controlado. ACK-J era o único remetente, destinatário e os demais 10 membros do “anel de assinaturas”.
Portanto, isso quer dizer que, fora de um ambiente controlado, pode ser que os números obtidos se diferenciem. Entretanto, ACK-J afirmou, através de um comentário no reddit, que acredita que os valores constatados são muito próximos e fiéis do que deve ocorrer na mainnet.
Inclusive, para melhorar as chances de acerto, ele utilizou um modelo de inteligência artificial que buscava outras informações públicas na blockchain. Ou seja, uma forma de cruzar todas as informações e aumentar as chances de acerto.
XMR tem mostrado melhoras
O Monero passou por um recente hard fork (v15) e neste, as ring signatures foram melhoradas para serem realizadas com um total de 16 membros. Ou seja, isso naturalmente já dificulta muito o “chute aleatório” para descobrir quem está enviando valores para quem.
Portanto, ao invés de 9% (1:11), a probabilidade de acerto foi resumida para 6,25% (1:16).
Assim, questionado sobre a possibilidade do modelo de inteligência artificial conseguir melhorar para 13,3% o acerto na versão anterior, algo linear após a atualização, ACK-J afirmou acreditar que o aumento não seria linear.
Entretanto, ele comentou que não tem como afirmar nada neste momento, considerando que nenhum novo estudo foi realizado.
O que são e como funcionam as Ring Signatures para privacidade na Monero?
De maneira geral, quando um usuário envia uma transação sem a funcionalidade de ring signatures, o endereço que recebe a transação pode dizer precisamente qual foi o endereço de envio utilizado para o processo.
Entretanto, com a tecnologia das ring signatures de 11 membros a história é diferente. Isso porque, 11 diferentes endereços (do remetente real e outros 10 sem validade), fazem a assinatura do mesmo endereço de envio.
Com isso, o destinatário não consegue afirmar com precisão qual dos 11 endereços foi o responsável pela transação recebida. Na tentativa de chute, ele teria uma chance de uma em onze de acertar (9%).
O processo pode ser entendido com maior precisão diretamente no site do Monero.
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