Executivo da Binance foge da prisão na Nigéria após sair para rezar

Nadeem Anjarwalla, diretor da Binance na África, foi à Nigéria há cerca de um mês para conversar com o governo local sobre as operações da empresa no país. As corretoras Binance e Coinbase foram banidas do país em meio a uma repressão contra o mercado de criptomoedas. 

O governo da Nigéria alega que o mercado e as exchanges estão fazendo a moeda nacional, a naira nigeriana, se desvalorizar. De fato, o Bitcoin e demais criptomoedas têm a capacidade de desvalorizar moedas nacionais, à medida que a população opta por dinheiros mais fortes.

O governo está acusando a Binance de ajudar a desvalorizar a moeda nacional, fornecendo serviços para a população do país. Este foi o motivo para a apreensão de dois executivos da empresa, que chegaram ao país para dialogar com as autoridades.

Fuga do executivo

Nadeem conseguiu escapar do seu cativeiro após um mês detido. A mídia local afirma que o executivo não estava em um presídio convencional, mas sim em uma casa de hóspedes. 

A fuga do executivo da Binance ocorreu no momento em que Nadeem foi levado para orar em uma mesquita durante o Ramadã Islamico. O governo confirmou a fuga, e afirmou ter acionado a Interpol (Polícia Internacional).

“As agências de segurança estão trabalhando com a Interpol para obter um mandado de prisão internacional contra o suspeito.”

“Ao receber este relatório, este escritório tomou medidas imediatas, em conjunto com as agências de segurança relevantes, os Ministérios, Departamentos e Agências, bem como a comunidade internacional, para deter o suspeito”, disse o gabinete do governo nigeriano.

Em comunicação com a Bloomberg, um executivo da Binance também confirmou a fuga. Como o passaporte de Nadeem foi recolhido pelas autoridades nigerianas, suspeita-se que ele tenha utilizado um passaporte de outra pessoa para realizar a fuga do país.

Tigran Gambaryan, outro executivo detido ao lado de Nadeem, segue em cárcere no país. Antes de ser contratado pela Binance, o executivo trabalhou na Receita Federal dos Estados Unidos, onde foi responsável pelo caso Silk Road.