O lançamento do ETF spot de Bitcoin pela BlackRock, além de chamar a atenção de Wall Street, também está se destacando entre os entusiastas de criptomoedas. Ao contrário da crença popular no meio cripto, o maior fluxo de novos participantes não vem do mercado financeiro tradicional (TradFi), mas sim de investidores que já estão familiarizados com o universo blockchain.
Samara Cohen, diretora de Investimentos de ETFs e Índices da BlackRock, destacou que a demanda por BTC foi tão forte que sua equipe decidiu lançar o ETF no início do ano. No entanto, a grande questão para a empresa não era o Bitcoin em si, mas sim oferecer uma maneira mais acessível e prática para os investidores comprarem e venderem o ativo.
E essa estratégia tem dado excelentes resultados. Afinal, o valor total de mercado dos onze ETFs spot de Bitcoin já alcançou US$ 63 bilhões, com US$ 2,1 bilhões sendo arrecadados em apenas cinco dias, e metade desse valor vindo diretamente da BlackRock. O preço do BTC, por sua vez, atingiu US$ 68.000, o maior valor desde julho, impulsionando também as ações das empresas cripto Coinbase e Marathon Digital.
Contudo, apesar do entusiasmo em torno dos ETFs, nem todos estão convencidos. A Vanguard, maior acionista da BlackRock e sua principal concorrente, declarou que não tem planos de oferecer produtos baseados em Bitcoin nos Estados Unidos.
Quem são os novos investidores?
Segundo a BlackRock, 80% dos compradores de seus ETFs são investidores diretos, e, dentro desse grupo, 75% nunca haviam utilizado a iShares, a maior plataforma de ETFs do mundo.
Cohen e sua equipe inicialmente esperavam ter que educar os investidores do setor financeiro tradicional sobre o Bitcoin, mas o que aconteceu foi o oposto: eles acabaram atendendo a uma demanda forte de investidores já familiarizados com a criptomoeda.
Para a diretora, os ETFs representam uma importante ferramenta para democratizar o acesso ao mercado financeiro, proporcionando transparência e oportunidades para uma base maior de investidores.