Binance devolve dinheiro para vítima do ‘golpe do Tinder’

A Binance foi intimada pela justiça amerciana a devolver uma quantia roubada de uma vítima do “golpe do Tinder”. Uma das maiores exchanges enviou às autoridades o valor referente ao dano ocasionado, após investigação criminal.

Essa ação marca um novo patamar de recuperação de valores a partir de golpes com criptomoedas. O valor foi enviado para uma conta controlada pelo Procuradoria do Condado de Santa Clara.

Em um mandado de apreensão de valores, emitido pelo Departamento de Polícia de Gilroy, consta a exigência da apreensão de fundos, que estão em custódia na exchange. Os valores, vinculados ao golpe do Tinder sofrido por um homem, é de mais de US$243mil (cerca de R$1,2 milhão).

O uso de criptomoedas é comum entre os golpistas do Golpe do Tinder, pois como documento aponta, o dinheiro estava Tether (USDT). Além de usarem a principal stablecoin do mercado, o Bitcoin também é uma moeda digital requisitada pelos golpistas.

O golpista age de forma simples, ao conhecer uma nova vítima em sites ou aplicativos de relacionamento, ele fala sobre uma forma de investimento que fará ambos ricos. Assim, a vítima envia o dinheiro para uma carteira, e depois de roubado, a recuperação do valor é quase improvável.

“Engordar porco” é o nome do golpe

O ato de enganar pessoas através de plataformas de relacionamento é chamado de golpe romântico. O nome “engordar porco” vem do fato esses tipos de golpes, normalmente durarem um bom tempo antes do criminoso fugir com o dinheiro.

E com a arte de persuadir, a vítima vai “investindo” cada vez mais dinheiro, “engordando” a conta do golpista. Essa atitude persiste até quem aplica o golpe perceber que a situação fica complicada, e foge com os valores.

O mecanismo normalmente utilizado é encontrar uma pessoa no aplicativo de namoro e, depois, migrar a conversa para o whatsapp. A partir dessa dinâmica, a identificação do golpista fica dificultada, foi isso que aconteceu com uma das vítimas, identificada como A.S.R.

O suspeito então levou ASR a um site chamado ethcoino[.]com, que prometia “cinco a dez por cento de lucros diários investindo em um pool de mineração de liquidez DeFi por meio de um contrato inteligente”.

A.S.R. convenceu-se de que era uma ótima forma de investimento para o futuro, mas ao tentar sacar os supostos “lucros”, os criminosos pediram mais US$ 37 mil por conta de impostos, outra característica clássica desses golpes.

Em fevereiro a vítima entrou em contato com as agências de federais, incluindo FBI e autoridades financeiras. Isso após ainda tentar sacar seus valores por mais quatro vezes, todas sem sucesso.

Dinheiro estava em conta na Binance

Em 6 de maio, a vítima informou às autoridades do Condado de Santa Clara, que havia rastreado o envio de suas criptos até algumas contas na Binance.

Após esse auxílio nas investigações, as autoridades encarregadas emitiram um mandado de busca e apreensão dos valores depositados na Exchange.

A partir disso a Binance transferiu 318.000 USDT (Tether) para as autoridades do Condado de Santa Clara para a recuperação dos US$ 243 mil, além de outras vítimas desse mesmo golpe que foram identificadas.

“A apreensão mostra que, independentemente da jurisdição de uma exchange de criptomoedas – a Binance está sediada na Ilhas Cayman – até empresas multinacionais de criptomoedas que cumprem os requisitos regulatórios e legais federais e locais.”

Um ponto a ser destacado, é o trabalho em conjunto entre grandes empresas do mercado cripto com as autoridades. Esse tipo de iniciativa auxilia no ressarcimento de valores obtidos por meio de golpes, algo que já acontece no caso dos bancos tradicionais.

Em meio a uma grande desconfiança de diferentes autoridades, esse tipo de cooperação será mais comum por parte dessas empresas grandes, buscando evitar um aperto maior por parte dos órgãos regulamentadores.

E o que você acha dessa atitude da Binance? Deixe seu comentário abaixo

LEIA MAIS: Milionários do Bitcoin (BTC) cai 75% em meio ao bear market